Uma terapia de nanopartículas contra a COVID-19 usando pequeno RNA de interferência inibiu efetivamente o SARS-CoV-2 em mais de 90%
A COVID-19 é causada por infecção1 pelo coronavírus SARS-CoV-2 em humanos. Apesar de várias vacinas emergentes, ainda não existe uma terapêutica2 verificável direcionada especificamente para o vírus3.
Agora, em uma pesquisa publicada na revista Molecular Therapy, pesquisadores descrevem o desenvolvimento de uma droga experimental contra a COVID-19, que se mostrou capaz de reduzir em mais de 90% a carga viral em testes. Em ensaios com camundongos, o medicamento intravenoso conseguiu atacar o genoma do coronavírus e impedir sua replicação no órgão respiratório dos animais, através de uma abordagem chamada “silenciamento de genes”.
Leia sobre "Coquetel de anticorpos4 REGEN-COV contra COVID-19" e "Novos alvos para o desenvolvimento de medicamentos contra a COVID-19".
“É uma tecnologia que trabalha com pequenos fragmentos5 de RNA que podem se ligar especificamente ao genoma do vírus3. Essa ligação faz com que o genoma não funcione mais e, de fato, faz com que as células6 o destruam, cortando-o”, explica, em vídeo, Nigel McMillan, diretor do Programa de Doenças Infecciosas e Imunologia do Menzies Health Institute Queensland e coautor da pesquisa.
No estudo, os pesquisadores apresentam uma terapêutica2 com pequeno RNA de interferência (siRNA) altamente eficaz contra a infecção1 por SARS-CoV-2 usando um novo sistema de entrega de nanopartículas lipídicas (NPL).
Múltiplos siRNAs direcionados a regiões altamente conservadas do vírus3 SARS-CoV-2 foram rastreados, e três siRNAs candidatos emergiram que inibem efetivamente o vírus3 em mais de 90%, isoladamente ou em combinação um com o outro.
Simultaneamente, os pesquisadores desenvolveram e rastrearam duas novas formulações de NPL para a entrega dessa candidata a terapêutica2 de siRNA aos pulmões7, um órgão que sofre danos imensos durante a infecção1 por SARS-CoV-2.
O encapsulamento de siRNAs nessas NPLs seguido por injeção8 in vivo demonstrou uma repressão robusta do vírus3 nos pulmões7 e uma vantagem de sobrevivência9 pronunciada para os camundongos tratados.
“Essas nanopartículas furtivas podem alcançar uma ampla gama de células6 pulmonares e silenciar genes virais”, afirma McMillan, em comunicado.
Essas abordagens de nanopartículas lipídicas de pequeno RNA de interferência são escalonáveis e podem ser administradas ao primeiro sinal10 de infecção1 por SARS-CoV-2 em humanos.
O estudo sugere que uma abordagem terapêutica2 de nanopartículas lipídicas de pequeno RNA de interferência poderia se provar altamente útil no tratamento da doença COVID-19 como uma terapia adjuvante para estratégias de vacinas atuais.
Veja também sobre "Eficácia das vacinas atualmente em uso contra a COVID-19" e "Tratamentos medicamentosos para covid-19".
Fontes:
Molecular Therapy, publicação em 13 de maio de 2021.
Revista Galileu, notícia publicada em 18 de maio de 2021.