Gostou do artigo? Compartilhe!

Qual a associação entre ingestão de proteínas vegetais e animais e mortalidade geral e por causas específicas?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Existe uma associação entre a escolha de proteínas1 na dieta, particularmente de várias fontes alimentares, e a mortalidade2 geral a longo prazo ou mortalidade2 por causas específicas na população dos EUA?

Embora recentemente tenha sido enfatizada a importância de dietas ricas em proteínas1 para a saúde3 em geral, não foi relatada uma análise abrangente da mortalidade2 a longo prazo por causas específicas associada à ingestão de proteínas1 vegetais e animais.

Saiba mais sobre "Papel dos alimentos ricos em proteínas1" e "Alimentação saudável".

O objetivo desse estudo, publicado pelo JAMA Internal Medicine, foi examinar as associações entre mortalidade2 geral e mortalidade2 por causa específica e ingestão de proteínas1 vegetais.

Este estudo de coorte4 prospectivo5 analisou dados de 416.104 homens e mulheres no Estudo de Dieta e Saúde3 AARP dos Institutos Nacionais de Saúde3 dos EUA de 1995 a 2011. Os dados foram analisados ​​de outubro de 2018 a abril de 2020.

Informações dietéticas validadas do questionário de dieta da linha de base, incluindo ingestão de proteína vegetal e animal foram analisadas. Os principais resultados e medidas foram razões de risco e diferenças absolutas de risco em 16 anos para mortalidade2 geral e mortalidade2 por causa específica.

A coorte6 analítica final incluiu 237.036 homens (57%) e 179.068 mulheres. A média geral de idade (DP) foi de 62,2 (5,4) anos para homens e 62,0 (5,4) anos para mulheres. Com base em 6.009.748 pessoas/ano de observação, 77.614 mortes (18,7%; 49.297 homens e 28.317 mulheres) foram analisadas.

Ajustando vários fatores de risco clínicos e outros importantes, a maior ingestão de proteínas1 vegetais na dieta foi associada à mortalidade2 geral reduzida em ambos os sexos (a taxa de risco por 1 DP foi de 0,95 [IC 95%, 0,94-0,97] para homens e 0,95 [IC 95%, 0,93-0,96] para as mulheres; a diferença absoluta de risco ajustada por 1 DP foi de -0,36% [IC 95%, -0,48% a -0,25%] para homens e -0,33% [IC 95%, -0,48% a -0,21%] para mulheres; a taxa de risco por 10 g/1000 kcal foi de 0,88 [IC 95%, 0,84-0,91] para homens e 0,86 [IC 95%, 0,82-0,90] para mulheres; diferença de risco absoluto ajustado por 10 g/1000 kcal foi - 0,95% [IC 95%, -1,3% a -0,68%] para homens e -0,86% [IC 95%, -1,3% a -0,55%] para mulheres; todos P <0,001).

A associação entre ingestão de proteínas1 vegetais e mortalidade2 geral foi semelhante entre os subgrupos de tabagismo, diabetes7, consumo de frutas, uso de suplementos vitamínicos e estado de saúde3 autorreferido.

A substituição de 3% de energia da proteína animal pela proteína de planta foi inversamente associada à mortalidade2 geral (risco diminuiu 10% em homens e mulheres) e mortalidade2 por doenças cardiovasculares8 (risco 11% menor em homens e risco 12% menor em mulheres).

Em particular, a menor mortalidade2 geral foi atribuída principalmente à substituição da proteína vegetal para proteína do ovo9 (risco 24% menor em homens e risco 21% menor em mulheres) e proteína de carne vermelha (risco 13% menor em homens e risco 15% menor em mulheres).

Nesta grande coorte6 prospectiva, o maior consumo de proteínas1 vegetais foi associado a pequenas reduções no risco de mortalidade2 geral e cardiovascular. As descobertas fornecem evidências para recomendações de saúde3 pública em relação a modificações alimentares na escolha de fontes de proteínas1 que possam promover saúde3 e longevidade.

Leia sobre "Dieta hiperproteica", "Dieta vegana" e "Restrição calórica e longevidade".

 

Fonte: JAMA Internal Medicine, publicação em 13 de julho de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. Qual a associação entre ingestão de proteínas vegetais e animais e mortalidade geral e por causas específicas?. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1374073/qual-a-associacao-entre-ingestao-de-proteinas-vegetais-e-animais-e-mortalidade-geral-e-por-causas-especificas.htm>. Acesso em: 7 out. 2024.

Complementos

1 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
2 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
3 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
4 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
5 Prospectivo: 1. Relativo ao futuro. 2. Suposto, possível; esperado. 3. Relativo à preparação e/ou à previsão do futuro quanto à economia, à tecnologia, ao plano social etc. 4. Em geologia, é relativo à prospecção.
6 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
7 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
8 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
9 Ovo: 1. Célula germinativa feminina (haploide e madura) expelida pelo OVÁRIO durante a OVULAÇÃO. 2. Em alguns animais, como aves, répteis e peixes, é a estrutura expelida do corpo da mãe, que consiste no óvulo fecundado, com as reservas alimentares e os envoltórios protetores.
Gostou do artigo? Compartilhe!