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Estimativas globais, regionais e nacionais da população com risco aumentado de COVID-19 grave devido a condições de saúde subjacentes em 2020

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Sabe-se que o risco de COVID-19 grave se um indivíduo for infectado é maior em indivíduos mais velhos e naqueles com condições de saúde1 subjacentes. A compreensão do número de indivíduos com risco aumentado de COVID-19 grave e como isso varia entre os países deve informar o desenho de possíveis estratégias para proteger ou vacinar aqueles com maior risco.

Nesse estudo publicado pelo The Lancet Global Health, estimou-se o número de indivíduos com risco aumentado de doença grave (definidos como aqueles com pelo menos uma condição listada como “com risco aumentado de COVID-19 grave” nas diretrizes atuais) por idade (faixas etárias de 5 anos), sexo e país para 188 países que usam dados de prevalência2 do Estudo sobre a Carga Global de Doenças, Lesões3 e Fatores de Risco (GBD) de 2017 e estimativas da população da ONU para 2020.

A lista de condições subjacentes relevantes para a COVID-19 foi determinada pelo mapeamento das condições listadas no GBD 2017 para aquelas listadas nas diretrizes publicadas pela OMS e pelas agências de saúde1 pública no Reino Unido e nos EUA.

Leia sobre "Escore de risco clínico para predizer doença crítica em pacientes hospitalizados com COVID-19".

Analisou-se dados de dois grandes estudos de multimorbidade para determinar fatores de ajuste apropriados para agrupamento e multimorbidade. Para ajudar na interpretação do grau de risco entre aqueles com risco aumentado, também estimou-se o número de indivíduos com alto risco (definidos como aqueles que exigiriam internação hospitalar se infectados) usando taxas de infecção4-hospitalização específicas por idade para COVID-19 estimadas para China continental e fazendo ajustes para refletir as diferenças específicas de cada país na prevalência2 de condições e fragilidades subjacentes.

Assumiu-se que os homens eram duas vezes mais propensos que as mulheres a correr alto risco. Também foi calculado o número de indivíduos sem uma condição subjacente que poderiam ser considerados de risco aumentado devido à idade, usando idades mínimas de 50 a 70 anos.

Foram gerados intervalos de incerteza (IIs) para as estimativas por meio da execução de cenários baixos e altos usando os limites inferior e superior de 95% de confiança para o tamanho da população do país, prevalências de doenças, frações de multimorbidade e taxas de infecção4-hospitalização e estimativas baixas e altas plausíveis para grau de agrupamento, informado por estudos de multimorbidade.

Estimou-se que 1,7 bilhão (II 1,0–2,4) de pessoas, compreendendo 22% (II 15–28) da população global, tenha pelo menos uma condição subjacente que as coloque em risco aumentado de COVID-19 grave se infectadas (variando entre <5% das pessoas com menos de 20 anos e >66% das pessoas com 70 anos ou mais).

Estimou-se que 349 milhões (186-787) de pessoas (4% [3–9] da população global) estão em alto risco de COVID-19 grave e exigiriam internação hospitalar se infectadas (variando entre <1% das pessoas com menos de 20 anos a aproximadamente 20% das pessoas com 70 anos ou mais).

Estimou-se que 6% (3-12) dos homens estejam em alto risco em comparação com 3% (2-7) das mulheres.

A parcela da população em risco aumentado foi maior nos países com populações mais velhas, nos países africanos com alta prevalência2 de HIV5 / AIDS e nas pequenas nações insulares com alta prevalência2 de diabetes6.

As estimativas do número de indivíduos com risco aumentado foram mais sensíveis à prevalência2 de doença renal7 crônica, diabetes6, doença cardiovascular e doença respiratória crônica.

Cerca de um em cada cinco indivíduos em todo o mundo pode estar em risco aumentado de COVID-19 grave, caso sejam infectados, devido às condições de saúde1 subjacentes, mas esse risco varia consideravelmente conforme a idade.

As estimativas apresentadas no estudo são incertas e se concentram em condições subjacentes, em vez de outros fatores de risco, como etnia, privação socioeconômica e obesidade8, mas fornecem um ponto de partida para considerar o número de indivíduos que podem precisar ser protegidos ou vacinados à medida que a pandemia9 global se desenrola.

Veja também sobre "Características e prognóstico10 de pacientes com COVID-19 e diabetes6" e "Quem é mais provável de ser infectado com o SARS-CoV-2".

 

Fonte: The Lancet Global Health, publicação em 15 de junho de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. Estimativas globais, regionais e nacionais da população com risco aumentado de COVID-19 grave devido a condições de saúde subjacentes em 2020. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1370668/estimativas-globais-regionais-e-nacionais-da-populacao-com-risco-aumentado-de-covid-19-grave-devido-a-condicoes-de-saude-subjacentes-em-2020.htm>. Acesso em: 24 abr. 2024.

Complementos

1 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
2 Prevalência: Número de pessoas em determinado grupo ou população que são portadores de uma doença. Número de casos novos e antigos desta doença.
3 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
4 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
5 HIV: Abreviatura em inglês do vírus da imunodeficiência humana. É o agente causador da AIDS.
6 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
7 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
8 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
9 Pandemia: É uma epidemia de doença infecciosa que se espalha por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a pandemia pode se iniciar com o aparecimento de uma nova doença na população, quando o agente infecta os humanos, causando doença séria ou quando o agente dissemina facilmente e sustentavelmente entre humanos. Epidemia global.
10 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
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