Melhorar o sono pode ajudar na saúde mental, segundo artigo publicado no The Lancet Psychiatry
Um estudo randomizado1 e controlado, publicado pelo The Lancet Psychiatry, fornece fortes evidências de que a insônia é um fator causal na ocorrência de experiências psicóticas e de outros problemas de saúde2 mental.
As dificuldades do sono podem ser um fator causal contributivo na ocorrência de problemas de saúde2 mental. Se isso for verdade, melhorar o sono deve beneficiar a saúde2 psicológica.
Pesquisadores do Departmento de Psiquiatria, da Universidade de Oxford, pretenderam determinar com este estudo se o tratamento da insônia leva a uma redução da paranoia e das alucinações3.
Saiba mais sobre "Insônia", "Alucinações3" e "Paranoia".
O estudo OASIS foi realizado em 26 universidades do Reino Unido. Estudantes universitários com insônia foram atribuídos aleatoriamente (1: 1), com randomização simples, para receber terapia cognitivo4-comportamental digital (CBT) para insônia ou cuidados habituais, e a equipe de pesquisa foi mascarada para o tratamento. As avaliações online ocorreram nas semanas 0, 3, 10 (fim da terapia) e 22. As medidas de resultado primárias foram insônia, paranoia e alucinações3.
Entre 5 de março de 2015 e 17 de fevereiro de 2016, foram atribuídos aleatoriamente 3.755 participantes para receber CBT digital para insônia (n=1.891) ou prática usual (n=1.864). Comparado à prática habitual, a intervenção do sono na 10ª semana reduziu a insônia (diferença ajustada 4,78; IC 95% 4,29 a 5,26, d de Cohen= 1,11; p<0,0001), paranoia (-2,22; -2,98 a -1,45, d de Cohen= 0,19; p<0,0001) e alucinações3 (-1,58; -1,98 a -1,18, d de Cohen=0,24 p<0,0001). A insônia foi um mediador de mudança na paranoia e nas alucinações3. Nenhum evento adverso foi relatado.
Este é o maior ensaio clínico randomizado5 controlado de uma intervenção psicológica para um problema de saúde2 mental. Ele fornece fortes evidências de que a insônia é um fator causal na ocorrência de experiências psicóticas e outros problemas de saúde2 mental. Se os resultados se generalizarem além desta população, e isso requer novos ensaios clínicos6, o tratamento da interrupção do sono pode vir a ser uma prioridade na prevenção de problemas mentais.
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Fonte: The Lancet Psychiatry, em 6 de setembro de 2017