Novas abordagens para a apendicite em crianças: tratamento não-operatório demonstrou ser tão efetivo quanto a cirurgia em até 90% das crianças
A apendicite1 ocorre quando o apêndice2 é bloqueado com uma partícula de fezes e depois se torna inflamado. O bloqueio pode fazer com que as bactérias se proliferem no apêndice2, levando à inflamação3 e infecção4. Ela é uma condição comum na infância e tipicamente ocorre após os 10 anos de idade, embora possa ocorrer em qualquer idade. A apendicite1 é a doença mais comum que leva crianças a passar por uma cirurgia.
As crianças com apendicite1 geralmente têm dor abdominal que pode começar no meio do abdômen, próximo ao umbigo5, e mais tarde se torna mais dolorosa nas áreas mais baixas do abdome6, região em que o apêndice2 está localizado. Frequentemente têm febre7, bem como vômitos8, náuseas9 e perda de apetite. Em comparação com doenças virais que também podem apresentar esses sintomas10, os sintomas10 da apendicite1 geralmente pioram ao longo do tempo até o ponto em que a criança se recusa a comer ou evita se mover devido à dor abdominal.
Saiba mais sobre "Apendicite1", "Apendicite1 em crianças" e "Dor abdominal".
Novas pesquisas e atualizações clínicas levaram a mudanças no diagnóstico11 e tratamento da apendicite1. No passado, a apendicite1 era comumente diagnosticada com uma tomografia computadorizada12. No entanto, agora é comum usar ultrassonografia13 para ajudar no diagnóstico11. Esta abordagem evita a radiação e os riscos associados às tomografias computadorizadas.
Além disso, um diagnóstico11 de apendicite1 significava que a cirurgia estava quase garantida, mas agora existem outras opções de tratamento. Em vez de fazer uma cirurgia para retirada do apêndice2 por laparotomia14 ("apendicectomia aberta"), em que um cirurgião remove o apêndice2 através de uma incisão15 no abdômen, a abordagem mais comum para a cirurgia é a via laparoscópica, o que permite que cirurgias ocorram usando instrumentos que são inseridos através de pequenas incisões16 na parede abdominal17. As abordagens laparoscópicas tipicamente apresentam menor risco de infecções18 e de complicações, bem como melhor controle da dor após a cirurgia e recuperação mais rápida.
Leia sobre "Ultrassonografia13" e "Laparotomia14 versus Laparoscopia19".
Outra mudança no tratamento da apendicite1 é o envolvimento de antibióticos. Como a apendicite1 geralmente está associada a bactérias presas no apêndice2 bloqueado, alguns médicos usam antibióticos antes ou em vez da cirurgia para tratar a apendicite1. Em alguns casos, como nos casos de uma apendicite1 perfurada, o tratamento pode envolver uma "apendicectomia de intervalo". Esse tratamento envolve um tratamento antibiótico inicial e, em seguida, um retorno para uma apendicectomia. O tratamento não-operatório para a apendicectomia demonstrou ser tão efetivo quanto a cirurgia em até 90% das crianças, segundo artigo publicado pelo periódico JAMA Pediatrics.
Veja mais: "Tratamento da apendicite1" e "Apêndice2 pode ter a função de recolonizar o cólon20 após diarréias ou tratamentos com antibióticos".
Fonte: JAMA Pediatrics, em 5 de setembro de 2017