Esperança futura: exame de sangue pode rastrear mutações no DNA de tumores circulantes e prever precocemente recaídas do câncer de mama
Predizer o risco de recorrência1 de um paciente que já teve um câncer2 é um desafio para a medicina moderna. Felizmente, o DNA do tumor3 (ctDNA) presente no sangue4 circulante pode dar pistas sobre células5 cancerosas residuais deixadas para trás após um tratamento, as quais podem semear novos tumores. O estudo foi publicado na revista Science Translational Medicine.
Garcia-Murillas e colaboradores, pesquisadores do The Institute of Cancer2 Research, em Londres, e do The Royal Marsden NHS Foundation Trust, desenvolveram um ensaio personalizado baseado na reação em cadeia da polimerase digital do ctDNA para rastrear mutações ao longo do tempo, em pacientes com câncer2 de mama6 em estágio inicial que tinham recebido tratamentos aparentemente curativos, com cirurgia e quimioterapia7.
Estas mutações-chave revelaram um pequeno número de células5 cancerosas residuais que resistiram à terapia e foram encontradas através da detecção de DNA do câncer2 na corrente sanguínea, sem a necessidade de procedimentos invasivos como uma biópsia8.
O rastreamento de mutação9 em amostras seriais previu, com precisão, recaídas metastáticas em vários casos, meses antes da recaída clínica (média de oito meses antes). Tal previsão antecipada, sem precedentes, poderia permitir a intervenção terapêutica10 antes do reaparecimento do câncer2 em pacientes de alto risco. Além disso, os autores foram capazes de conhecer mais sobre os eventos genéticos que conduzem a estas metástases11, por sequenciamento paralelo em massa do ctDNA, o que poderia informar sobre novas terapias à base de medicações desenvolvidas tomando como referência as mutações individuais dos pacientes.
Fonte: Science Translational Medicine, volume7, número 302, 26 de agosto de 2015