Neurology: sinais de alerta em grávidas com dor de cabeça
Um estudo de base hospitalar, publicado pelo periódico Neurology, foi realizado com o objetivo de caracterizar aspectos demográficos e clínicos em grávidas que apresentam dor de cabeça1 aguda e de identificar características clínicas associadas à dor de cabeça1 secundária.
Foi realizado um estudo retrospectivo2, de cinco anos, em um único centro médico, com gestantes apresentando-se em hospital para consulta neurológica objetivando receber cuidados agudos para dor de cabeça1.
As 140 mulheres, com idade média de 29±6,4 anos, muitas vezes estavam no terceiro trimestre (56,4%) de gestação. Os diagnósticos foram divididos em transtornos primários (65,0%) e transtornos secundários (35,0%). A cefaleia3 primária mais comum foi a enxaqueca4 (91,2%) e as dores de cabeça1 secundárias mais comuns foram síndromes hipertensivas (51,0%). Os grupos foram semelhantes em demografia, idade gestacional e características da dor de cabeça1. Na análise univariada, as cefaleias5 secundárias foram associadas a uma falta de histórico de dor de cabeça1 (36,7% vs 13,2%, p=0,0012), convulsões (12,2% vs 0,0%, p=0,0015), pressão arterial6 elevada (55,1% vs 8,8%, p<0,0001), febre7 (8,2% vs 0,0%, p=0,014) e um exame neurológico anormal (34,7% vs 16,5%, p=0,014). Na regressão logística multivariada, gestantes com a pressão arterial6 elevada e ausência de histórico de dor de cabeça1 tiveram um aumento da associação com dor de cabeça1 secundária, enquanto comorbidades8 psiquiátricas e fonofobia tiveram uma associação reduzida com dor de cabeça1 secundária.
Entre as grávidas estudadas que receberam consulta neurológica de internação, mais de um terço tinha dor de cabeça1 secundária. A vigilância de diagnóstico9 deve ser aumentada na ausência de uma história prévia de dores de cabeça1 e se convulsões, hipertensão10 ou febre7 estiverem presentes. As características da dor de cabeça1 aguda podem não distinguir adequadamente distúrbios primários vs secundários e o monitoramento para a pré-eclâmpsia11 é justificado.
Fonte: Neurology, publicação online, de 19 de agosto de 2015