Uso de vareniclina para parar de fumar não mostra aumento do risco de eventos cardiovasculares, de acordo com estudo do BMJ
Com o objetivo de investigar se a vareniclina está associada a um risco aumentado de eventos cardiovasculares graves em comparação com outra droga usada para parar de fumar, a bupropiona, foi realizado um estudo de coorte1, publicado no The British Medical Journal (BMJ).
O estudo de coorte1 dinamarquês envolveu usuários da vareniclina (n = 17.926) e da bupropiona (n = 17.926). Os principais resultados avaliados foram dados individuais dos medicamentos prescritos, eventos cardiovasculares principais e fatores potenciais de confusão que estavam nos registros. A regressão de Cox foi utilizada para estimar as taxas de risco de eventos cardiovasculares em análises pareadas por escore de propensão. Os resultados preliminares avaliados, em seis meses após o início do tratamento, foram a síndrome2 coronariana aguda, o acidente vascular cerebral3 isquêmico4 e a morte cardiovascular analisados individualmente e como um composto de todos os eventos analisados.
Foram encontrados 57 eventos cardiovasculares entre os usuários de vareniclina (6,9 casos por 1.000 pessoas/ano) em comparação com 60 eventos entre os usuários da bupropiona (7,1 casos por 1.000 pessoas/ano), a taxa de risco para qualquer grande evento foi de 0,96 (95% intervalo de confiança; 0,67 a 1,39). A utilização de vareniclina não foi associada a um aumento do risco de síndrome2 coronariana aguda (1,20; 0,75-1,91), acidente vascular cerebral3 isquêmico4 (0,77; 0,40 a 1,48) e morte cardiovascular (0,51; 0,13 a 2,02). Em análises de subgrupos, o risco de qualquer evento cardiovascular não foi significativamente diferente entre os pacientes com e sem história de doença cardiovascular (1,24; 0,72-2,12) e (0,83; 0,51 a 1,36), respectivamente, com P = 0,29.
As conclusões não mostram aumento do risco de eventos cardiovasculares associados ao uso da vareniclina comparado à bupropiona para parar de fumar.