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Metanálise aponta os exercícios mais eficazes para reduzir a pressão arterial

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Os exercícios isométricos, que envolvem a contração dos músculos1 para manter o corpo na posição sem se mover, são os melhores para reduzir a pressão arterial2 em repouso, de acordo com os resultados de 270 ensaios clínicos3 randomizados envolvendo 15.827 participantes.

Depois dos exercícios isométricos, que incluem atividades como agachamentos na parede, o treinamento combinado tende a reduzir mais a pressão arterial2, seguido pelo treinamento de resistência dinâmica, exercícios aeróbicos e treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT).

As diretrizes existentes, que se baseiam em pesquisas mais antigas e não incluem dados de novas formas de exercício, como o HIIT, tendem a enfatizar o treinamento aeróbico, como a corrida, para controlar a pressão arterial2.

Além de ajudar os médicos a otimizar as recomendações individualizadas de exercícios, as novas descobertas sugerem que talvez seja hora de atualizar as diretrizes de exercícios para prevenir e tratar a hipertensão4, escreveram os pesquisadores no artigo publicado no British Journal of Sports Medicine.

Leia sobre "Tipos de exercícios físicos", "Benefícios do alongamento para o corpo" e "O que vem a ser pressão arterial2".

O objetivo do estudo foi realizar uma metanálise em pares e em rede em larga escala sobre os efeitos de todos os modos de treinamento físico relevantes na pressão arterial2 de repouso, para estabelecer práticas ideais de prescrição de exercícios anti-hipertensivos.

A revisão sistemática e metanálise de rede utilizou as bases de dados PubMed (Medline), Cochrane library e Web of Science, que foram pesquisadas sistematicamente.

O critério de elegibilidade foi ensaios clínicos3 randomizados publicados entre 1990 e fevereiro de 2023. Foram incluídos todos os trabalhos relevantes que relataram reduções na pressão arterial sistólica5 (PAS) e/ou pressão arterial diastólica6 (PAD) após uma intervenção de exercício de ≥2 semanas, com um grupo controle elegível sem intervenção.

270 ensaios clínicos3 randomizados foram incluídos na análise final, com uma amostra agrupada de 15.827 participantes. Análises pareadas demonstraram reduções significativas na PAS e PAD em repouso após:

  • treinamento de exercícios aeróbicos (-4,49/-2,53 mmHg, p <0,001);
  • treinamento de resistência dinâmica (-4,55/-3,04 mmHg, p <0,001);
  • treinamento combinado (-6,04/-2,54 mmHg, p <0,001);
  • treinamento intervalado de alta intensidade (-4,08/-2,50 mmHg, p <0,001);
  • e treinamento de exercícios isométricos (-8,24/-4,00 mmHg, p <0,001).

Conforme mostrado na metanálise da rede, a ordem de classificação da eficácia com base nos valores da superfície sob a curva de classificação cumulativa (SUCRA) para PAS foi treinamento de exercícios isométricos (SUCRA: 98,3%), treinamento combinado (75,7%), treinamento de resistência dinâmica (46,1%), treinamento de exercícios aeróbicos (40,5%) e treinamento intervalado de alta intensidade (39,4%).

Metanálises de rede secundárias revelaram o agachamento isométrico na parede e a corrida como os submodos mais eficazes para reduzir a PAS (90,4%) e a PAD (91,3%), respectivamente.

O estudo concluiu que vários modos de treinamento físico melhoram a pressão arterial2 em repouso, principalmente exercícios isométricos. Os resultados desta análise deverão informar futuras recomendações de diretrizes de exercícios para a prevenção e tratamento da hipertensão arterial7.

Veja também sobre "Sintomas8 da hipertensão arterial7", "Atividade física" e "Treinamento funcional".

 

Fontes:
British Journal of Sports Medicine, publicação em 25 de julho de 2023.
JAMA Network, notícia publicada em 02 de agosto de 2023.

 

NEWS.MED.BR, 2023. Metanálise aponta os exercícios mais eficazes para reduzir a pressão arterial. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1443840/metanalise-aponta-os-exercicios-mais-eficazes-para-reduzir-a-pressao-arterial.htm>. Acesso em: 27 abr. 2024.

Complementos

1 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
2 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
3 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
4 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
5 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
6 Pressão arterial diastólica: É a pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco. É também denominada de pressão mínima.
7 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
8 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
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