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A periodontite exacerba a aterosclerose através da glicólise e lipogênese hepáticas promovidas pela Fusobacterium nucleatum

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Associações positivas entre periodontite (PD) e aterosclerose1 foram estabelecidas, mas a causalidade e os mecanismos não são claros. O objetivo deste estudo, publicado no periódico científico Cardiovascular Research, foi explorar os papéis causais da PD na aterosclerose1 e dissecar os mecanismos subjacentes.

Um modelo de PD em camundongos foi estabelecido por ligação de molares em combinação com a aplicação de placas2 subgengivais coletadas de pacientes com PD, e então foi combinado com um modelo de aterosclerose1 induzida pelo tratamento de camundongos propensos à aterosclerose1 com uma dieta rica em colesterol3 (DRC).

A PD agravou significativamente a aterosclerose1 em camundongos propensos à aterosclerose1 alimentados com DRC, incluindo aumento das áreas de placa4 aderente à face5 interna em aortas inteiras e aumento do tamanho da lesão6 nas raízes aórticas.

A PD também aumentou os níveis circulantes de triglicerídeos e colesterol3, os níveis hepáticos de colesterol3 e a expressão hepática7 de enzimas limitantes da taxa de lipogênese.

Usando o sequenciamento do gene do RNA ribossomal (rRNA) 16S, a bactéria8 Fusobacterium nucleatum foi identificada como o patobionte mais enriquecido associado à PD que está presente tanto na cavidade oral9 quanto no fígado10.

Experimentos de co-cultura demonstraram que a F. nucleatum estimulou diretamente a biossíntese lipídica em hepatócitos primários de camundongos. Além disso, a inoculação11 oral de F. nucleatum elevou acentuadamente os níveis plasmáticos de triglicerídeos e colesterol3 e promoveu aterogênese em camundongos ApoE-/- alimentados com DRC.

Os resultados do RNA-seq e do ensaio Seahorse indicaram que a F. nucleatum ativou a glicólise, cuja inibição por 2-desoxiglicose, por sua vez, suprimiu a lipogênese induzida pela F. nucleatum nos hepatócitos.

Saiba mais sobre "Aterosclerose1", "Periodontite" e "Colesterol3".

Finalmente, a interrogação dos mecanismos moleculares revelou que a F. nucleatum induziu glicólise e lipogênese ativando a via de sinalização PI3K/Akt/mTOR em hepatócitos.

O estudo concluiu que a periodontite exacerba a aterosclerose1 e prejudica o metabolismo12 lipídico em camundongos, o que pode ser mediado pela glicólise e lipogênese promovidas pela bactéria8 F. nucleatum através da sinalização PI3K/Akt/mTOR nos hepatócitos.

O tratamento da periodontite e o direcionamento específico da F. nucleatum são estratégias promissoras para melhorar a eficácia terapêutica13 da hiperlipidemia14 e da aterosclerose1.

 

Fonte: Cardiovascular Research, publicação em 21 de março de 2023.

 

NEWS.MED.BR, 2023. A periodontite exacerba a aterosclerose através da glicólise e lipogênese hepáticas promovidas pela Fusobacterium nucleatum. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1436120/a-periodontite-exacerba-a-aterosclerose-atraves-da-glicolise-e-lipogenese-hepaticas-promovidas-pela-fusobacterium-nucleatum.htm>. Acesso em: 14 nov. 2024.

Complementos

1 Aterosclerose: Tipo de arteriosclerose caracterizado pela formação de placas de ateroma sobre a parede das artérias.
2 Placas: 1. Lesões achatadas, semelhantes à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
3 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
4 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
5 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
6 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
8 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
9 Cavidade Oral: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
10 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
11 Inoculação: Ato ou efeito de inocular (-se); deixar entrar. Em medicina, significa introduzir (o agente de uma doença) em (organismo), com finalidade preventiva, curativa ou experimental.
12 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
13 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
14 Hiperlipidemia: Condição em que os níveis de gorduras e colesterol estão mais altos que o normal.
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