Marcadores sanguíneos podem ajudar a diagnosticar a síndrome pós-COVID
Cientistas identificaram uma assinatura do sistema imunológico1 para a síndrome2 pós-Covid, ou Covid longa, lançando luz sobre os fundamentos biológicos dessa condição misteriosa. Eles identificaram que os níveis de algumas moléculas imunológicas são excepcionalmente altos em pessoas com sintomas3 persistentes após a infecção4 pelo SARS-CoV-2.
Cerca de 30% das pessoas infectadas com SARS-CoV-2 são afetadas pela síndrome2 pós-Covid, que causa sintomas3 debilitantes – incluindo fadiga5 e falta de ar – meses após uma infecção4 inicial pelo vírus6. Como o patógeno causa estragos sustentados no corpo ainda não está claro.
Saiba mais sobre "Síndrome2 pós-Covid" e "Os sintomas3 da Covid-19".
Chansavath Phetsouphanh, da Universidade de New South Wales, em Sydney, Austrália, e seus colegas analisaram amostras de sangue7 de pessoas com Covid longa e descobriram que uma infecção4 por SARS-CoV-2 provoca uma resposta imune distinta da de outros tipos de coronavírus, como aqueles que causam o resfriado comum. O estudo foi publicado na revista Nature Immunology.
Essa resposta persiste em pessoas com a síndrome2 pós-Covid. A análise da equipe apontou para uma coleção de moléculas do sistema imunológico1 que permaneceram anormalmente altas em indivíduos com a síndrome2 oito meses após a infecção4. Essas moléculas, como os interferons tipo 1 e tipo 3, geralmente são produzidas no momento de uma infecção4 viral. Elas ativam células8 imunes chamadas células8 T e desencadeiam a inflamação9.
No artigo publicado, os pesquisadores relatam como uma proporção de pacientes que sobrevivem à infecção4 aguda por Covid-19 desenvolve síndrome2 pós-Covid aguda (COVID longa [CL]) com duração superior a 12 semanas. Eles estudaram indivíduos com CL em comparação com indivíduos recuperados pareados por idade e sexo sem CL, doadores não expostos e indivíduos infectados com outros coronavírus.
Os pacientes com CL tinham células8 imunes inatas altamente ativadas, não tinham células8 T e B virgens e mostraram expressão elevada de IFN tipo I (IFN-β) e IFN tipo III (IFN-λ1) que permaneceu persistentemente alta em 8 meses após a infecção4.
Usando um modelo de classificação log-linear, foi definido um conjunto ideal de analitos que teve a associação mais forte com CL entre os 28 analitos medidos. Combinações dos mediadores inflamatórios IFN-β, PTX3, IFN-γ, IFN-λ2/3 e IL-6 foram associados à CL com precisão de 78,5-81,6%.
Este trabalho define parâmetros imunológicos associados à síndrome2 pós-Covid e sugere futuras oportunidades de prevenção e tratamento.
Leia sobre "Anticorpos10 anti-SARS-COV-2" e "Síndrome2 pós-covid e disfunção de múltiplos órgãos".
Fontes:
Nature Immunology, publicação em 13 de janeiro de 2022.
Nature, notícia publicada em 19 de janeiro de 2022.