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Dupilumabe em crianças com asma moderada a grave não controlada diminui as exacerbações da asma e melhora a função pulmonar

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Crianças com asma1 moderada a grave continuam a ter complicações da doença, apesar de receberem terapia padrão. O anticorpo2 monoclonal dupilumabe foi aprovado para o tratamento de adultos e adolescentes com asma1, bem como com outras doenças inflamatórias do tipo 2.

Neste ensaio clínico randomizado3, duplo-cego e controlado por placebo4 de fase 3 de 52 semanas, publicado pelo The New England Journal of Medicine, pesquisadores atribuíram 408 crianças com idades entre 6 e 11 anos que tinham asma1 moderada a grave não controlada para receber uma injeção subcutânea5 de dupilumabe (em uma dose de 100 mg para aqueles com peso ≤30 kg e 200 mg para aqueles com peso >30 kg) ou placebo4 correspondente a cada 2 semanas. Todas as crianças continuaram a receber uma dose estável da terapia de base padrão.

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O desfecho primário foi a taxa anual de exacerbações graves da asma1. Os desfechos secundários incluíram a mudança da linha de base na porcentagem do volume expiratório forçado no primeiro segundo6 pré-broncodilatador7 previsto (VEF1pp) na semana 12 e na pontuação no Questionário de Controle da Asma1 7 Administrado por Entrevistador (ACQ-7-IA) na semana 24.

Os desfechos foram avaliados nas duas populações de eficácia primária que tinham um fenótipo8 de asma1 inflamatória tipo 2 (≥150 eosinófilos9 sanguíneos por milímetro cúbico ou uma fração de óxido nítrico exalado de ≥20 ppb na linha de base) ou uma contagem de eosinófilos9 sanguíneos de pelo menos 300 células10 por milímetro cúbico na linha de base.

Em pacientes com fenótipo8 inflamatório tipo 2, a taxa anual de exacerbações graves da asma1 foi de 0,31 (intervalo de confiança [IC] de 95%, 0,22 a 0,42) com dupilumabe e 0,75 (IC 95%, 0,54 a 1,03) com placebo4 (redução do risco relativo no grupo dupilumabe, 59,3%; IC 95%, 39,5 a 72,6; P <0,001).

A alteração média (± EP) da linha de base no VEF1pp foi de 10,5 ± 1,0 pontos percentuais com dupilumabe e 5,3 ± 1,4 pontos percentuais com placebo4 (diferença média, 5,2 pontos percentuais; IC 95%, 2,1 a 8,3; P <0,001).

O dupilumabe também resultou em um controle significativamente melhor da asma1 do que o placebo4 (P <0,001).

Resultados semelhantes foram observados em pacientes com uma contagem de eosinófilos9 de pelo menos 300 células10 por milímetro cúbico no início do estudo. A incidência11 de eventos adversos graves foi semelhante nos dois grupos.

O estudo concluiu que, entre as crianças com asma1 moderada a grave não controlada, aquelas que receberam dupilumabe como complemento tiveram menos exacerbações da asma1 e melhor função pulmonar e controle da asma1 do que aquelas que receberam placebo4.

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Fonte: The New England Journal of Medicine, publicação em 09 de dezembro de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Dupilumabe em crianças com asma moderada a grave não controlada diminui as exacerbações da asma e melhora a função pulmonar. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1407335/dupilumabe-em-criancas-com-asma-moderada-a-grave-nao-controlada-diminui-as-exacerbacoes-da-asma-e-melhora-a-funcao-pulmonar.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.

Complementos

1 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
2 Anticorpo: Proteína circulante liberada pelos linfócitos em reação à presença no organismo de uma substância estranha (antígeno).
3 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
4 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
5 Injeção subcutânea: Injetar fluido no tecido localizado abaixo da pele, o tecido celular subcutâneo, com uma agulha e seringa.
6 Volume Expiratório forçado no primeiro segundo: É o volume de ar expirado num segundo. Ele é reduzido nos doentes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), pois estes necessitam de mais tempo para expirarem completamente.
7 Broncodilatador: Substância farmacologicamente ativa que promove a dilatação dos brônquios.
8 Fenótipo: Características apresentadas por um indivíduo sejam elas morfológicas, fisiológicas ou comportamentais. Também fazem parte do fenótipo as características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação, como, por exemplo, o tipo sanguíneo do indivíduo.
9 Eosinófilos: Eosinófilos ou granulócitos eosinófilos são células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo contra parasitas e agentes infecciosos. Também participam de processos inflamatórios em doenças alérgicas e asma.
10 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
11 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
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