Características glicêmicas e resultados clínicos de pacientes com COVID-19 hospitalizados nos Estados Unidos
O diabetes1 emergiu como um importante fator de risco2 para doença grave e morte por COVID-19. Apesar de pessoas com diabetes1 não parecerem ter um maior risco de ser infectadas pelo SARS-CoV-2, aparentemente elas têm maior risco de desenvolverem a forma grave da doença, gerando complicações. Há uma escassez de informações sobre o controle glicêmico entre pacientes hospitalizados com COVID-19 com diabetes1 e hiperglicemia3 aguda.
Este estudo observacional retrospectivo4, publicado no Journal of Diabetes1 Science and Technology, de adultos com COVID-19 confirmada em laboratório, avaliou os resultados glicêmicos e clínicos em pacientes com e sem diabetes1 e/ou hiperglicemia3 aguda não controlada hospitalizados de 1º de março a 6 de abril de 2020.
O diabetes1 foi definido como A1C5 ≥6,5%. A hiperglicemia3 não controlada foi definida como ≥2 medidas de glicose6 no sangue7 (GSs) >180 mg/dL8 em qualquer período de 24 horas. Os dados foram extraídos do banco de dados da Glytec.
Entre 1.122 pacientes em 88 hospitais dos EUA, 451 pacientes com diabetes1 e/ou hiperglicemia3 não controlada passaram 37,8% dos dias de internação com uma média de glicemia9 >180 mg/dL8.
Entre 570 pacientes que morreram ou receberam alta, a taxa de mortalidade10 foi de 28,8% em 184 pacientes com diabetes1 e/ou hiperglicemia3 não controlada, em comparação com 6,2% de 386 pacientes sem diabetes1 ou hiperglicemia3 (P <0,001).
Entre os 184 pacientes com diabetes1 e/ou hiperglicemia3 que morreram ou receberam alta, 40 de 96 pacientes com hiperglicemia3 não controlada (41,7%) morreram em comparação com 13 de 88 pacientes com diabetes1 (14,8%, P <0,001).
Entre 493 sobreviventes que receberam alta, o tempo médio de permanência (TDP) foi maior em 184 pacientes com diabetes1 e/ou hiperglicemia3 não controlada em comparação com 386 pacientes sem diabetes1 ou hiperglicemia3 (5,7 vs 4,3 dias, P <0,001).
Entre pacientes hospitalizados com COVID-19, diabetes1 e/ou hiperglicemia3 não controlada ocorreram com frequência. Esses pacientes com COVID-19 com diabetes1 e/ou hiperglicemia3 não controlada tiveram um TDP mais longo e uma mortalidade10 notavelmente mais alta do que pacientes sem diabetes1 ou hiperglicemia3 não controlada. Pacientes com hiperglicemia3 não controlada tiveram uma taxa de mortalidade10 particularmente alta. Recomenda-se sistemas de saúde11 que garantam que a hiperglicemia3 hospitalar seja tratada com segurança e eficácia.
Leia sobre "Características prognóstico12 de pacientes com COVID-19 e diabetes1" e "Escore de risco clínico para predizer doença crítica em pacientes com COVID-19".
Fonte: Journal of Diabetes1 Science and Technology, publicação em 9 de maio de 2020.