Maioria dos melanomas aparece como lesão primária, e não secundária a nevos pré-existentes, artigo do Journal of the American Academy of Dermatology
Pesquisadores italianos relataram, em um artigo publicado pelo periódico Journal of the American Academy of Dermatology, que a maioria dos melanomas se desenvolve como lesões1 primárias, ao contrário de ser uma transformação maligna de lesões1 (pintas) pré-existentes.
A prevalência2 relatada de melanoma3 associado a nevo4 varia substancialmente. Foi realizado um estudo de revisão sistemática e meta-análise, por Riccardo Pampena e colaboradores da Dermatology and Skin Cancer5 Unit, First Medical Department, Arcispedale Santa Maria Nuova, Istituto di Ricovero e Cura a Carattere Scientifico (IRCCS), em Reggio Emilia, na Itália, para determinar a incidência6 e prevalência2 desta doença; também foram feitas subanálises considerando a idade, a espessura do tumor7 e a classificação do tipo de nevo4.
Em 38 estudos observacionais de coorte8 e caso-controle, 29,1% dos melanomas provavelmente surgiram de um nevo4 pré-existente e 70,9% eram lesão9 novas. Ou seja, ao contrário de uma suposição extensamente divulgada, apenas uma minoria dos melanomas surge em conjunto com um nevo4 pré-existente, comumente referido como "pinta na pele10".
Nesta análise, observou-se também que qualquer melanoma3 foi 64% menos propenso a estar associado a nevo4 do que a ser uma lesão9 nova (taxa de risco 0,36; intervalo de confiança [IC] de 95% 0,29-0,44; P<0,001; I2=99%). Os melanomas associados a nevo4 apresentaram menor espessura média de Breslow do que os melanomas que eram lesões1 novas (diferença média -0,39 mm; IC 95%: -0,60 a -0,18; P=0,0003; I2=66%). Não foram observadas diferenças significativas quanto à associação de melanomas provenientes de nevos11 não displásicos ou nevos11 displásicos (taxa de risco 0,77; IC 95% 0,49-1,20; P=0,24; I2=98%).
Esta análise é importante para reforçar a ideia de que tanto os pacientes como os profissionais de saúde12 devem verificar cuidadosamente toda a pele10 e, diante de qualquer lesão9 de aparecimento recente em adultos, o paciente deve procurar um dermatologista para avaliação correta desta nova alteração da pele10.
E os dermatologistas também devem verificar cuidadosamente a pele10 do paciente de cima a baixo e, em particular, eles devem verificar cuidadosamente pacientes com um grande número de nevos11 que correm maior risco de desenvolver melanoma3, mesmo que esse melanoma3 provavelmente não será associado a um nevo4. O monitoramento dermoscópico digital é um grande auxílio no diagnóstico13 e acompanhamento das lesões1.
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Fonte: Journal of the American Academy of Dermatology, em29 de agosto de 2017