Fadiga relacionada ao câncer: qual é o tratamento mais eficaz?
Esta meta-análise de 113 estudos únicos (11.525 participantes únicos) descobriu que os exercícios físicos e as intervenções psicológicas e/ou uma combinação de ambos reduzem a fadiga1 relacionada ao câncer2 durante e após o tratamento do câncer2. Em contraste, as intervenções farmacêuticas não melhoram a fadiga1 relacionada ao câncer2 com a mesma magnitude. Isto significa que os clínicos devem prescrever exercício físico e/ou intervenções psicológicas como tratamentos de primeira linha para a fadiga1 relacionada ao câncer2.
A fadiga1 relacionada com o câncer2 (FRC) continua a ser um dos eventos adversos mais prevalentes e problemáticos experimentados por doentes com câncer2 durante e após a terapêutica3.
O objetivo foi realizar uma meta-análise para estabelecer e comparar os tamanhos de efeitos ponderados médios (WESs) dos 4 tratamentos mais recomendados para a FRC (exercício físico, intervenções psicológicas, exercício combinado a intervenções psicológicas e terapêutica3 farmacológica) e para identificar variáveis independentes associadas à eficácia do tratamento.
Foram selecionados ensaios clínicos4 randomizados em adultos com câncer2 nos bancos de dados PubMed, PsycINFO, CINAHL, EMBASE e a Cochrane Library desde o início de cada banco de dados até 31 de maio de 2016. Os critérios de inclusão consistiram na gravidade da FRC como resultado de teste de exercícios, intervenções psicológicas, exercícios mais intervenções psicológicas ou tratamentos farmacêuticos.
De 17.033 referências, 113 artigos de estudos únicos (11.525 participantes únicos, 78% mulheres, idade média de 54 [intervalo de 35-72] anos) publicados de 1º de janeiro de 1999 a 31 de maio de 2016, tinham dados suficientes. Os estudos foram de boa qualidade, sem evidência de viés de publicação. Exercício (WES 0,30; IC 95%, 0,25-0,36; P<0,001), psicológico (WES 0,27; IC 95%: 0,21-0,33; P<0,001) e exercício mais intervenções psicológicas (WES 0,26; IC 95%, 0,13-0,38, P<0,001) melhoraram a FRC durante e após o tratamento primário, enquanto que as intervenções farmacêuticas não o fizeram (WES 0,09; IC 95%; 0,00-0,19; P=0,05).
Os resultados também sugerem que a eficácia do tratamento da FRC foi associada com estágio de câncer2, status de tratamento da linha de base, formato de tratamento experimental, modalidade de tratamento experimental, modo psicológico, tipo de condição de controle, análise de intenção de tratar e medidas de fadiga1. Os resultados sugerem que a eficácia de intervenções comportamentais, especificamente de exercício e intervenções psicológicas, não é atribuível ao tempo, atenção e educação, e modos de intervenção específicos podem ser mais eficazes para o tratamento da FRC em diferentes pontos da trajetória de tratamento do câncer2.
Concluiu-se que o exercício físico e as intervenções psicológicas são eficazes para reduzir a FRC durante e após o tratamento do câncer2 e são significativamente melhores do que as opções farmacêuticas disponíveis. Os clínicos devem prescrever exercício ou intervenções psicológicas como tratamentos de primeira linha para a FRC.
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Fonte: JAMA Oncology, publicação online, de 2 de março de 2017