Relação entre atividade da amígdala cerebral e eventos cardiovasculares futuros: estudo publicado pelo The Lancet
Em um estudo longitudinal e de coorte1, foram avaliados indivíduos com idade igual ou superior a 30 anos, sem doença cardiovascular conhecida ou câncer2 ativo, que foram submetidos a imagens de Tomografia por emissão de pósitrons (PET) com FDG-18F, no Hospital Geral de Massachusetts (Boston, EUA), entre 1° de janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2008.
Saiba mais sobre a "Tomografia por emissão de pósitron (PET Scan)".
A atividade da amígdala3 cerebral, atividade da medula óssea4 e inflamação5 arterial foram avaliadas com métodos validados. Em um estudo transversal separado, os estudiosos analisaram a relação entre o estresse percebido, a atividade da amígdala3 cerebral, a inflamação5 arterial e a proteína C-reativa. Análises de imagens e avaliação de eventos de doenças cardiovasculares6 foram feitas por pesquisadores mutuamente cegos. As relações entre atividade da amígdala3 cerebral e eventos de doença cardiovascular foram avaliados com modelos de Cox, testes log-rank e análises de mediação.
Foram incluídos no estudo longitudinal 293 pacientes (idade mediana de 55 anos [IQR 45,0-65,5]), 22 dos quais tiveram um evento de doença cardiovascular durante a mediana de seguimento de 3,7 anos (IQR 2,7-4,8). A atividade da amígdala3 cerebral foi associada ao aumento da atividade da medula óssea4 (r=0,47; p<0,0001), inflamação5 arterial (r=0,49; p<0,0001) e risco de eventos cardiovasculares (Hazard ratio 1,59, IC 95% 1,27-1,98; p<0,0001), achado que permaneceu significativo após ajustes multivariados.
A associação entre atividade da amígdala3 cerebral e eventos de doença cardiovascular parecia ser mediada pelo aumento da atividade da medula óssea4 e da inflamação5 arterial em série. No estudo transversal separado de pacientes submetidos à análise psicométrica (n=13), a atividade da amígdala3 cerebral foi significativamente associada à inflamação5 arterial (r=0,70; p=0,0083). O estresse percebido foi associado à atividade da amígdala3 cerebral (r=0,56; p=0,0485), inflamação5 arterial (r=0,59; p=0,0345) e proteína C reativa (r=0,83; p=0,0210).
Neste primeiro estudo para ligar a atividade cerebral regional à doença cardiovascular subsequente, a atividade da amígdala3 cerebral independentemente e de forma robusta predisse eventos de doença cardiovascular. A atividade da amígdala3 cerebral está envolvida em parte por um caminho que inclui o aumento da atividade da medula óssea4 e da inflamação5 arterial. Essas descobertas fornecem novas ideias sobre o mecanismo através do qual estressores7 emocionais podem levar a doenças cardiovasculares6 em seres humanos.
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Fonte: The Lancet, publicação de 11 de janeiro de 2017