Asma na infância pode colaborar para o desenvolvimento da obesidade entre crianças em idade escolar e na adolescência
Asma1 e obesidade2 muitas vezes ocorrem em conjunto na infância. Não se sabe se a asma1 contribui para a epidemia de obesidade2 infantil ou se crianças obesas é que têm mais asma1.
Com o objetivo de investigar os efeitos da asma1 e do uso de medicamentos para controle dos sintomas3 da doença sobre o desenvolvimento da obesidade2 infantil foi realizado um estudo publicado online pelo periódico American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine.
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A análise primária foi conduzida entre 2.171 crianças não obesas, que tinham entre 5 e 8 anos de idade no início do estudo Southern California Children’s Health Study (CHS) e que foram acompanhadas por até 10 anos. Realizou-se uma análise de replicação numa amostra independente de 2.684 crianças do CHS seguidas até uma idade média de 9,7 a 17,8 anos. A altura e o peso foram medidos anualmente para classificar as crianças em diferentes categorias (peso normal, com excesso de peso e obesas). O estado da asma1 foi relatado pelos pais das crianças. Modelos de riscos proporcionais de Cox foram ajustados para avaliar as associações de história de asma1 com incidência4 de obesidade2 durante o seguimento.
Verificou-se que as crianças com diagnóstico5 de asma1 no início do estudo de coorte6 apresentaram um risco aumentado de 51% de desenvolver obesidade2 durante a infância e adolescência em comparação com crianças sem asma1 no início do estudo [HR (IC 95%) = 1,51 (1,08 a 2,10)] após ajustes de fatores de confusão. O uso de medicamentos de resgate de asma1 no início da coorte7 reduziu o risco de desenvolver obesidade2 [HR (IC95%) = 0,57 (0,33 a 0,96)]. Adicionalmente, a associação significativa entre história de asma1 e risco aumentado de desenvolver obesidade2 foi replicada numa amostra independente do CHS.
Concluiu-se que as crianças com asma1 podem apresentar maior risco de obesidade2. O uso de medicação de resgate de asma1 pareceu reduzir o risco de obesidade2 independente da atividade física.
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Fonte: American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, publicação onlilne de janeiro de 2017