Cientistas do Reino Unido testam medicamento para prevenir a infecção que leva à Covid, conferindo imunidade instantânea
Cientistas britânicos estão testando um novo medicamento que pode impedir que alguém exposto ao coronavírus desenvolva a doença Covid-19, o que, segundo especialistas, pode salvar muitas vidas. A terapia com anticorpos1 conferiria imunidade2 instantânea contra a doença e poderia ser administrada como um tratamento de emergência3 para pacientes4 internados em hospitais e residentes de lares comunitários para ajudar a conter os surtos. A notícia foi dada pelo The Guardian, em 25 de dezembro de 2020.
Pessoas que vivem em lares nos quais alguém contraiu Covid podem receber a droga para garantir que elas também não sejam infectadas. O medicamento também pode ser ministrado a estudantes universitários, entre os quais o vírus5 se espalhou rapidamente porque vivem e estudam em alojamentos.
A Dra. Catherine Houlihan, virologista da University College London Hospitals NHS Trust (UCLH), que está liderando um estudo sobre a droga, entitulada Storm Chaser, declarou: “Se pudermos provar que este tratamento funciona e evitar que as pessoas que estão expostas ao vírus5 continuem a desenvolver a Covid-19, seria uma colaboração importante para combater esse vírus5 terrível.”
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A droga foi desenvolvida pela UCLH e AstraZeneca (a mesma empresa farmacêutica que, junto à Universidade de Oxford, criou uma vacina6 que a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde7 do Reino Unido aprovou em 30 de dezembro de 2020 para uso na Grã-Bretanha) e espera-se que seja aprovada em breve.
A equipe espera que o teste mostre que o coquetel de anticorpos1 confira proteção contra a Covid-19 por um período entre seis e 12 meses. Os participantes do ensaio estão recebendo o coquetel em duas doses. Se for aprovado, poderá ser oferecido a alguém que foi exposto à Covid até o 8º dia após a infecção8.
Ele pode estar disponível em março ou abril de 2021, se for aprovado pelo órgão regulador de medicamentos após a análise das evidências do estudo. O teste envolve a própria UCLH, vários outros hospitais britânicos e uma rede de 100 locais em todo o mundo. Este mês, o hospital da University College tornou-se o primeiro local no mundo a recrutar pacientes para o ensaio clínico randomizado9.
“Até o momento, injetamos 10 participantes – funcionários, alunos e outras pessoas – que foram expostos ao vírus5 em casa, em um ambiente de saúde7 ou em salas de estudantes”, disse Houlihan. Ela e seus colegas acompanharão de perto os participantes para ver qual deles desenvolve a Covid-19.
A proteção imediata que o medicamento promete pode desempenhar um papel vital na redução do impacto do vírus5 até que todos estejam imunizados. O programa de vacinação está em andamento com a vacina6 da Pfizer/BioNTech e deve durar até o próximo verão.
A droga envolve uma combinação de anticorpos1 de longa ação conhecida como AZD7442, que foi desenvolvida pela AstraZeneca. Em vez de anticorpos1 produzidos pelo corpo para ajudar a combater uma infecção8, o AZD7442 usa anticorpos1 monoclonais, que foram criados em um laboratório.
Em documentos sobre um ensaio clínico que a AstraZeneca registrou nos EUA, a empresa explica que está investigando “a eficácia do AZD7442 para a profilaxia pós-exposição de Covid-19 em adultos. A proteína spike do Sars-CoV-2 contém o RBD [domínio de ligação ao receptor] do vírus5, que permite que o vírus5 se ligue a receptores em células10 humanas. Ao alvejar esta região da proteína spike do vírus5, os anticorpos1 podem bloquear a ligação do vírus5 às células10 humanas e, portanto, espera-se que bloqueiem a infecção8.”
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Fonte: The Guardian, notícia publicada em 25 de dezembro de 2020.