HDL colesterol, conhecido como "bom colesterol", pode aumentar risco de morte, sugere estudo
O excesso do chamado "bom colesterol1" pode aumentar o risco de ataques cardíacos e morte, de acordo com um estudo apresentado no dia 25 de agosto de 2018, na conferência da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Munique.
A lipoproteína de alta densidade (HDL2) é amplamente considerada como um colesterol1 “bom” porque ajuda a impedir que as artérias3 sejam bloqueadas, transportando outras formas de colesterol1 do sangue4 e das paredes dos vasos sanguíneos5 para o fígado6 e para fora do corpo. Estudos anteriores associaram baixos níveis de colesterol1 HDL2 a artérias3 obstruídas e doenças cardíacas. Já os efeitos dos níveis excessivos de HDL2 são menos compreendidos.
Saiba mais sobre "Doenças cardiovasculares7".
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Emory, orientados pelo Dr. Marc Allard-Ratick, autor do estudo e médico hospitalista da Escola de Medicina da Universidade Emory, estudaram os níveis de colesterol1 e o risco de ataque cardíaco e morte em 5.965 pessoas. A maioria dos participantes tinha doença cardíaca e idade média de 63 anos.
Os pesquisadores usaram essas informações para dividir os participantes em cinco níveis de HDL2, classificados de baixo a alto:
- Menos de 30 mg/dl8 (0,78 mmol/L9)
- 31-40 mg/dl8 (0,8-1 mmol/L9)
- 41 a 50 mg/dl8 (1,1-1,3 mmol/L9)
- 51-60 mg/dl8 (1,3-1,5 mmol/L9)
- Maior que 60 mg/dl8 (1,5 mmol/L9)
Após quatro anos, 769 participantes do estudo morreram de ataque cardíaco ou de doença cardíaca. Os resultados produziram uma curva em forma de U, mostrando aqueles com baixos níveis de HDL2 e níveis muito altos em risco de morte. Um nível de HDL2 maior que 60 mg/dl8 acarretou um risco quase 50% maior de morrer de um problema cardíaco quando comparado àqueles com níveis entre 41 e 60 mg/dl8.
Os resultados espelham as descobertas de um estudo publicado no início deste ano no European Heart Journal[1], que indicou similarmente que altos níveis de HDL2 estavam associados a doenças cardíacas e ao risco de morte.
Mais pesquisas são necessárias para descobrir o que está por trás dessa associação paradoxal10.
Allard-Ratick explicou que os resultados são importantes porque contribuem para aumentar evidências de que níveis muito elevados de colesterol1 HDL2 podem não ser protetores, e porque, ao contrário de muitos outros dados disponíveis até o momento, este estudo foi principalmente em pacientes com doença cardíaca estabelecida.
Veja também sobre "Colesterol1 alto", "Benefícios do ômega-3 para a saúde11" e "Sete passos para um coração12 saudável".
Fonte: European Society of Cardiology - Press Releases, em 25 de agosto de 2018
Referências
[1] Extreme high high-density lipoprotein cholesterol is paradoxically associated with high mortality in men and women: two prospective cohort studies, disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28419274.