Indústria do açúcar pode ter manipulado resultado de pesquisa sobre doenças coronarianas e o consumo de açúcar, colocando a culpa nas gorduras saturadas
Uma análise histórica de documentos internos da indústria do açúcar1 sugere que a indústria patrocinou um programa de pesquisa, na década de 1960 e 1970, que destacou a gordura2 e o colesterol3 como causas alimentares das doenças cardíacas coronarianas e minimizou a evidência de que o consumo de sacarose também seria um fator de risco4.
Saiba mais sobre "Infarto do Miocárdio5", "Colesterol3" e "Comportamento da glicemia6".
Sinais7 precoces de alerta sobre o risco de doença cardíaca coronariana (DCC) e o consumo de açúcar1 (sacarose) surgiram na década de 1950. Documentos internos da Sugar Research Foundation (SRF) foram examinados no estudo publicado pelo JAMA Internal Medicine, assim como relatórios históricos e declarações relevantes sobre os debates iniciais das causas alimentares das DCC.
A SRF patrocinou o seu primeiro projeto de pesquisa sobre DCC em 1965, uma revisão da literatura, publicada pelo The New England Journal of Medicine, que destacou a gordura2 e o colesterol3 como as causas alimentares das DCC e minimizou a evidência de que o consumo de sacarose também seria um fator de risco4. A SRF definiu o objetivo da avaliação, contribuiu com artigos para a inclusão e recebeu rascunhos.
O financiamento e o papel da SRF não foram divulgados. Juntamente com outras análises recentes de documentos da indústria do açúcar1, os resultados do estudo publicado agora pelo JAMA Internal Medicine sugerem que a indústria patrocinou um programa de pesquisa na década de 1960 e 1970 que com sucesso lançou dúvidas sobre os perigos da sacarose, promovendo a gordura2 e o colesterol3 como os culpados dietéticos das DCC.
Segundo os cientistas, os comitês de formulação de políticas devem considerar dar menos peso para estudos financiados pela indústria de alimentos e devem incluir mais estudos mecanicistas e com animais, bem como estudos avaliando o efeito da adição de açúcares nos vários biomarcadores coronarianos e no desenvolvimento da doença cardíaca.
Leia também:
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Fonte: JAMA Internal Medicine, publicação online de 12 de setembro de 2016