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Vacina materna se mostrou promissora para infecções invasivas por estreptococos do grupo B em bebês

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Uma vacina1 administrada durante a gravidez2 produziu anticorpos3 contra estreptococos do grupo B que foram transferidos para os bebês4 em limiares de IgG associados a um risco reduzido de doença invasiva por estreptococos do grupo B, mostrou um estudo randomizado5 controlado por placebo6 de fase II da África do Sul, publicado no The New England Journal of Medicine.

Entre as mulheres grávidas que receberam uma vacina1 hexavalente glicoconjugada de polissacarídeo capsular (PSC) – material de reação cruzada (GBS6), foram induzidas respostas de anticorpos3 para todos os sorotipos, com proporções de anticorpos3 materno-infantil de cerca de 0,4 a 1,3, dependendo da dose recebida, resultando em concentrações associadas a um risco reduzido de doença invasiva, relataram Annaliesa Anderson, PhD, do setor de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas da Pfizer em Pearl River, Nova York, e colegas.

Em um estudo soroepidemiológico paralelo conduzido na mesma população, os pesquisadores determinaram que limiares de IgG de 0,184 a 0,827 μg/mL são necessários para uma redução de 75% a 95% no risco de doença.

“A porcentagem de bebês4 com concentrações de IgG anti-PSC acima de 0,184 μg por mililitro variou de acordo com o sorotipo e a formulação, com 57 a 97% dos bebês4 apresentando uma resposta sorológica à formulação mais imunogênica”, explicaram Anderson e seus colegas.

Digno de nota, não houve preocupações de segurança para as mães ou seus bebês4, disseram eles.

Leia sobre "Antígenos7 e anticorpos3 - o que são" e "IgG e IgM - O que saber sobre elas".

Para recém-nascidos, o principal fator de risco8 para doença invasiva por estreptococos do grupo B é a exposição à colonização materna por estreptococos do grupo B retovaginal durante o parto, e a infecção9 ascendente por estreptococos do grupo B nas mães também pode afetar o feto10 antes do parto, com riscos de infecção9 intra-amniótica, parto prematuro ou natimorto.

As mulheres grávidas com teste positivo para colonização de estreptococos do grupo B no terceiro trimestre são tratadas com profilaxia antibiótica intraparto, que é mais de 80% eficaz na prevenção da doença de início precoce em bebês4 durante os primeiros 6 dias após o nascimento, mas não demonstrou ser eficaz contra a doença de início tardio em 7 a 89 dias.

Anderson e seus colegas disseram que uma vacina1 materna contra o estreptococo do grupo B administrada durante a gravidez2 poderia potencialmente prevenir a doença de início precoce e tardio e “pode atenuar a necessidade de profilaxia antibiótica intraparto em mulheres saudáveis”.

“Essa vacina1 pode ser benéfica porque a profilaxia antibiótica intraparto pode contribuir para a resistência antimicrobiana e interromper o desenvolvimento do microbioma11 infantil”, acrescentaram. “É importante observar que esta vacina1 forneceria uma medida muito necessária na prevenção da infecção9 estreptocócica do grupo B em todo o mundo e para uma porcentagem substancial de mulheres grávidas que vivem em comunidades com recursos limitados, onde a triagem microbiológica12 e a profilaxia antibiótica intraparto não estão disponíveis.”

No artigo os pesquisadores relatam que estudos de história natural correlacionaram IgG anti polissacarídeo capsular (PSC) específico para sorotipo em recém-nascidos com risco reduzido de doença estreptocócica do grupo B. Uma vacina1 hexavalente glicoconjugada de PSC – material de reação cruzada 197 (GBS6) está sendo desenvolvida como uma vacina1 materna para prevenir estreptococos do grupo B invasivos em lactentes13 jovens.

Em um estudo controlado por placebo6 de fase 2 em andamento envolvendo gestantes, avaliou-se a segurança e a imunogenicidade de uma dose única de várias formulações de GBS6 e analisou-se anticorpos3 anti-PSC transferidos pela mãe.

Em um estudo soroepidemiológico paralelo realizado na mesma população, avaliou-se as concentrações de IgG anti-PSC específicas para o sorotipo que foram associadas a um risco reduzido de doença invasiva entre recém-nascidos de até 89 dias de idade para definir limites de proteção putativos.

Concentrações de IgG anti-PSC adquiridas naturalmente foram associadas a um risco reduzido de doença entre crianças no estudo soroepidemiológico. Os limiares de IgG que foram determinados como associados a reduções de 75 a 95% no risco de doença foram de 0,184 a 0,827 μg por mililitro.

Nenhum sinal14 de segurança associado à GBS6 foi observado entre as mães ou bebês4. A incidência15 de eventos adversos e de eventos adversos graves foi semelhante entre os grupos do estudo, tanto para mães quanto para bebês4; mais reações locais foram observadas nos grupos que receberam GBS6 contendo fosfato de alumínio. Entre os lactentes13, os eventos adversos graves mais comuns foram anomalias congênitas16 menores (hérnia17 umbilical e melanocitose dérmica congênita18).

A GBS6 induziu respostas de anticorpos3 maternos a todos os sorotipos, com proporções de anticorpos3 materno-infantil de aproximadamente 0,4 a 1,3, dependendo da dose. A porcentagem de lactentes13 com concentrações de IgG anti-PSC acima de 0,184 μg por mililitro variou de acordo com o sorotipo e a formulação, com 57 a 97% dos lactentes13 tendo uma resposta sorológica à formulação mais imunogênica.

O estudo concluiu que a GBS6 provocou anticorpos3 anti-PSC contra estreptococos do grupo B em gestantes que foram transferidos para bebês4 em níveis associados a um risco reduzido de doença invasiva por estreptococos do grupo B.

Veja também sobre "O que são bactérias" e "Gravidez2 de risco: quando pode ocorrer".

 

Fontes:
The New England Journal of Medicine, publicação em 20 de julho de 2023.
MedPage Today, notícia publicada em 19 de julho de 2023.

 

NEWS.MED.BR, 2023. Vacina materna se mostrou promissora para infecções invasivas por estreptococos do grupo B em bebês. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/1442435/vacina-materna-se-mostrou-promissora-para-infeccoes-invasivas-por-estreptococos-do-grupo-b-em-bebes.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.

Complementos

1 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
2 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
3 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
4 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
5 Estudo randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle - o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
6 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
7 Antígenos: 1. Partículas ou moléculas capazes de deflagrar a produção de anticorpo específico. 2. Substâncias que, introduzidas no organismo, provocam a formação de anticorpo.
8 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
9 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
11 Microbioma: Comunidade ecológica de microrganismos comensais, simbióticos e patogênicos que compartilham nosso espaço corporal. Microbioma humano é o conjunto de microrganismos que reside no corpo do Homo sapiens, mantendo uma relação simbiótica com o hospedeiro. O conceito vai além do termo microbiota, incluindo também a relação entre as células microbianas e as células e sistemas humanos, por meio de seus genomas, transcriptomas, proteomas e metabolomas.
12 Microbiológica: Referente à microbiologia, ou seja, à especialidade biomédica que estuda os microrganismos patogênicos, responsáveis pelas doenças infecciosas, englobando a bacteriologia (bactérias), virologia (vírus) e micologia (fungos).
13 Lactentes: Que ou aqueles que mamam, bebês. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
14 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
15 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
16 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
17 Hérnia: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
18 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
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