Mortalidade e anos de vida perdidos devido ao câncer de mama atribuível à inatividade física da população feminina brasileira
O câncer de mama é uma das doenças mais comuns na população feminina e, em 2017, foi a principal causa de morte entre as mulheres e também foi responsável por anos de vida significativos perdidos em todo o mundo, tornando-se um tipo de câncer1 que, além de alta mortalidade2, também é responsável pela morbidade3 precoce.
Essa neoplasia4 tem etiologia5 multifatorial, que inclui fatores genéticos e de estilo de vida modificáveis. Entre os fatores de estilo de vida, inatividade física, obesidade6, alimentação inadequada e uso excessivo de álcool destacam-se como fatores de risco modificáveis, que, se evitados, podem auxiliar na prevenção e no manejo do câncer1 de mama7.
Saiba mais sobre "Câncer de mama", "Sedentarismo8" e "Obesidade6".
Um estudo publicado pela revista Nature, com a participação de pesquisadores brasileiros, canadenses e norte-americanos, teve como objetivos:
- Estimar a mortalidade2 e os anos de vida perdidos, avaliados por anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs), devido ao câncer1 de mama7 atribuível à inatividade física em mulheres brasileiras.
- Comparar as estimativas atribuíveis à inatividade física e a outros fatores de risco modificáveis.
- Analisar a evolução temporal dessas estimativas nos estados brasileiros ao longo de 25 anos (1990 a 2015), em comparação com as estimativas globais.
Para isso foram utilizados os bancos de dados do Global Burden of Disease Study para o Brasil, estados brasileiros e para outras partes do mundo.
A inatividade física contribuiu para um número substancial de óbitos (1990: 875; 2015: 2.075) e DALYs (1990: 28.089; 2015: 60.585) devido ao câncer1 de mama7 no Brasil. Ela também foi responsável por mais mortes e DALYs (aproximadamente 12,0%) devido ao câncer1 de mama7 do que outros fatores de risco modificáveis (aproximadamente 5,0%).
Os estados brasileiros com melhores indicadores socioeconômicos apresentaram maiores taxas padronizadas por idade de mortalidade2 e morbidade3 por câncer1 de mama7 atribuíveis à inatividade física. De 1990 a 2015, a mortalidade2 por câncer1 de mama7 atribuível à inatividade física aumentou no Brasil (0,77%; 95% U.I.: 0,27–1,47) e diminuiu (-2,84%; 95% U.I.: -4,35 - -0,10) em todo o mundo.
Esses achados apoiam a promoção da atividade física na população feminina brasileira para prevenir e gerenciar o câncer1 de mama7.
Leia sobre "Informações e cuidados sobre o câncer1 de mama7", "Atividade física" e "Caminhada".
Fonte: Nature - Scientific Reports, volume 8, em 24 de julho de 2018