NEJM: nivolumab associado ao ipilimumab versus ipilimumab para tratamento do melanoma
Em um estudo de fase 1 de escalonamento de dose, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), a inibição das células1 T pela combinação de nivolumab e ipilimumab foi associada a uma elevada taxa de resposta objetiva, incluindo respostas completas, entre pacientes com melanoma2 avançado.
Neste estudo duplo cego3, envolvendo 142 doentes com melanoma2 metastático que não tinham recebido anteriormente tratamento, os doentes foram distribuídos aleatoriamente numa proporção de 2:1 para receber o ipilimumab (3 mg por kg de peso corporal), quer combinado com nivolumab (1 mg por quilograma) ou com placebo4, uma vez a cada três semanas em quatro doses, seguido por nivolumab (3 mg por kg) ou placebo4 a cada 2 semanas até que ocorresse a progressão da doença ou a presença de efeitos tóxicos inaceitáveis. O desfecho primário foi a confirmação de uma resposta objetiva entre os pacientes com tumores do tipo selvagem BRAF V600.
Entre os pacientes com tumores BRAF do tipo selvagem, a taxa de resposta objetiva confirmada foi de 61% (44 de 72 doentes) no grupo que recebeu tanto ipilimumab e nivolumab (grupo combinação) versus 11% (4 de 37 doentes) no grupo que recebeu ipilimumab e placebo4 (grupo ipilimumab-monoterapia) (P<0,001), com respostas completas relatadas em 16 pacientes (22%) no grupo combinação e em nenhum dos pacientes do grupo ipilimumab-monoterapia. A sobrevida5 média livre de progressão não foi alcançada com a terapia de combinação e foi de 4,4 meses com ipilimumab em monoterapia (hazard ratio associado à terapêutica6 combinada, em comparação com a monoterapia com ipilimumab para progressão da doença ou morte, 0,40; intervalo de confiança de 95% 0,23-0,68; P<0,001). Resultados semelhantes para taxa de resposta e sobrevida5 livre de progressão foram observados em 33 pacientes com tumores positivos para a mutação7 BRAF. Os eventos adversos relacionados ao medicamento com graus 3 ou 4 foram relatados em 54% dos pacientes que receberam a terapia combinada8, em comparação com 24% dos pacientes que receberam monoterapia com ipilimumab. Eventos adversos selecionados com potenciais causas imunológicas foram consistentes com aqueles da fase 1 do estudo e a maioria destes eventos foram resolvidos com medicamentos imunomoduladores.
A taxa de resposta objetiva e a sobrevivência9 livre de progressão da doença em pacientes com melanoma2 avançado que não haviam recebido previamente tratamento foram significativamente maiores com o uso de nivolumab combinado ao ipilimumab do que com a monoterapia com ipilimumab. A terapia combinada8 teve um perfil de segurança aceitável.
Fonte: The New England Journal of Medicine (NEJM), volume 372, número 21, de 21 de maio de 2015