Journal of Clinical Oncology: vasectomia pode aumentar risco de câncer de próstata agressivo
Relatos conflitantes permanecem a respeito da associação entre a vasectomia, uma forma comum de contracepção1 masculina, e o risco de câncer2 de próstata3. O presente estudo, publicado pelo Journal of Clinical Oncology, examinou prospectivamente esta associação com o seguimento prolongado dos pacientes e uma ênfase na doença avançada e letal.
Participaram da pesquisa 49.405 homens, dos EUA, no Health Professionals Follow-Up Study, com idades ente 40 e 75 anos no início do estudo, em 1986. Destes, 6.023 pacientes foram diagnosticados com câncer2 de próstata3 durante o acompanhamento até 2010, incluindo 811 casos letais. No total, 12.321 homens (25%) fizeram vasectomia. Modelos de riscos proporcionais de Cox foram usados para estimar o risco relativo (RR) e o IC de 95% da doença avançada, de alto grau, letal e total, com ajustes para uma variedade de possíveis fatores de confusão.
Os resultados mostram que a vasectomia foi associada com um pequeno aumento do risco de câncer2 de próstata3 em geral (RR 1,10; IC 95% 1,04-1,17). O risco foi elevado para o alto grau (escore de Gleason de 8 a 10; RR 1,22; IC 95% 1,03-1,45) e doença letal (morte ou metástases4 à distância; RR 1,19; IC 95% 1,00-1,43). Em uma subcoorte de homens que fizeram triagem regular com antígeno5 prostático específico (PSA), a associação com o câncer2 letal foi mais forte (RR 1,56; IC 95% 1,03-2,36). A vasectomia não foi associada ao risco de doença de baixo grau ou localizada. Análises adicionais sugerem que as associações não foram impulsionadas por diferenças nos níveis de hormônios sexuais, doenças sexualmente transmissíveis ou pelo tratamento do câncer2.
Concluiu-se que os dados encontrados corroboram a hipótese de que a vasectomia está associada a um aumento modesto da incidência6 de câncer2 de próstata3 letal. Os resultados não parecem ser devido ao viés de detecção e são improváveis os fatores de confusão por infecções7 ou pelo tratamento do câncer2.
Fonte: Journal of Clinical Oncology, publicação online, de 7 de julho de 2014