Carnosina mostra-se promissora como primeira linha eficaz de tratamento do câncer de próstata
Uma molécula que ocorre naturalmente mostrou potencial como uma primeira linha eficaz de tratamento contra o câncer1 de próstata2, sugeriu um estudo publicado no jornal científico Journal of Cellular and Molecular Medicine.
Cientistas da Nottingham Trent University queriam investigar as propriedades anticancerígenas da carnosina contra células3 derivadas do câncer1 da próstata2 primário e metastático.
A carnosina pode ser produzida pelo corpo e também é encontrada na carne, e há muito se defende seu uso como um antioxidante para facilitar o envelhecimento saudável.
Houve relatos de que a carnosina é eficaz contra o desenvolvimento de vários tipos de câncer1, mas esta é a primeira vez que foi estudada em relação ao câncer1 de próstata2.
Os pesquisadores descobriram que a carnosina impediu a multiplicação das células3 e, em doses mais elevadas, até matou tanto células3 cancerígenas primárias quanto metastáticas, mantendo-se segura para as células3 saudáveis que não se dividem.
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Embora a carnosina seja rapidamente degradada por enzimas no corpo, os pesquisadores argumentam que poderia ser potencialmente um tratamento inicial para o câncer1 de próstata2 se fosse utilizado um mecanismo de liberação lenta e constante.
Isso pode incluir a injeção4 de carnosina dentro do tumor5 e sua liberação em quantidade suficiente antes que comece a se degradar e perder seu efeito.
Outra abordagem poderia ser através da administração de moléculas semelhantes à carnosina que são resistentes à degradação enzimática.
A esperança então seria que o crescimento do tumor5 pudesse ser monitorado através do nível de antígeno6 prostático específico (PSA) no sangue7 e, se continuasse a crescer, o paciente teria a opção de cirurgia.
Se a cirurgia for realizada primeiro, pode causar cicatrizes8 prejudiciais à medida que os tecidos se fundem, potencialmente complicando futuras cirurgias.
O câncer1 de próstata2 é o segundo câncer1 mais comum em homens no Brasil (atrás apenas do câncer1 de pele9 não melanoma10), com mais de 72 mil novos casos diagnosticados a cada ano, em média. No mundo, o risco estimado de câncer1 de próstata2 é de 31,5 casos a cada 100 mil homens.
Os tratamentos atuais para o câncer1 de próstata2 confinado ao órgão não são específicos do câncer1 e são comumente acompanhados de efeitos colaterais11, incluindo incontinência urinária12 e disfunção erétil.
Os tratamentos incluem radioterapia13, quimioterapia14, terapia de privação hormonal ou prostatectomia – a remoção parcial ou completa da próstata2 através de cirurgia.
“Os nossos resultados mostram que a carnosina tem um efeito inibitório significativo in vitro na proliferação de linhas celulares de câncer1 da próstata2 humano”, disse a pesquisadora principal, Dra. Stephanie McArdle.
“Embora a carnosina tenha demonstrado anteriormente ter um efeito antitumoral, o seu papel potencial especificamente nas células3 do câncer1 de próstata2 era desconhecido.
“Estes resultados são encorajadores e apoiam a necessidade de mais trabalho in vivo humano para determinar o uso potencial da carnosina como primeira linha de tratamento contra a doença.
“É possível que estratégias baseadas em carnosina possam ser usadas isoladamente ou como terapia complementar a tratamentos cirúrgicos ou outros tratamentos convencionais.”
No artigo publicado, os pesquisadores relatam as ações anticancerígenas da carnosina em modelos celulares de câncer1 de próstata2.
Eles contextualizam que os tratamentos para câncer1 de próstata2 confinado ao órgão incluem radioterapia13 por feixe externo, prostatectomia radical, radioterapia13/braquiterapia15, crioablação e ultrassom focalizado de alta intensidade.
Nenhum deles é específico do câncer1 e são comumente acompanhados de efeitos colaterais11, incluindo incontinência urinária12 e disfunção erétil. Além disso, os tratamentos cirúrgicos subsequentes após a recorrência16 bioquímica depois destas intervenções são limitados ou afetados pelas cicatrizes8 presentes no tecido17 circundante.
A carnosina (β-alanil-L-histidina) é um dipeptídeo de ocorrência natural contendo histidina que demonstrou ter um papel antitumorigênico sem qualquer efeito prejudicial nas células3 saudáveis; no entanto, seu efeito nas células3 cancerígenas da próstata2 nunca foi investigado.
Neste estudo, investigou-se o efeito da carnosina na proliferação e metabolismo18 celular tanto em uma linha celular cultivada de câncer1 de próstata2 humano primário resistente a andrógenos19, PC346Flu1, quanto em células3 TRAMP-C1 murinas.
Os resultados mostram que a carnosina tem um efeito inibitório significativo dependente da dose in vitro na proliferação de células3 de câncer1 de próstata2 humanas (PC346Flu1) e murinas (TRAMP-C1), o que foi confirmado em modelos 3D das mesmas células3.
A carnosina também demonstrou diminuir o conteúdo de trifosfato de adenosina e espécies reativas, o que pode ter sido causado em parte pelo aumento de SIRT3 também demonstrado após o tratamento com carnosina.
Estes resultados encorajadores apoiam a necessidade de mais trabalhos in vivo humanos para determinar o uso potencial da carnosina, isoladamente ou, muito provavelmente, como terapia adjuvante de tratamentos cirúrgicos ou outros tratamentos convencionais.
Veja também sobre "Antígeno6 Prostático Específico", "Cirurgia da próstata2" e "Prostatectomia".
Fontes:
Journal of Cellular and Molecular Medicine, publicação em 29 de novembro de 2023.
Oncology News Today, notícia publicada em 10 de janeiro de 2024.