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Exercícios podem diminuir a lacuna de sobrevivência de pacientes com câncer de cólon

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Pesquisas sugerem que, em pessoas diagnosticadas com câncer1 de cólon2, a atividade física pode melhorar a sobrevida3 livre de doença, o que pode se traduzir em um benefício na sobrevida3 global. É sabido que pacientes com câncer1 de cólon2 apresentam sobrevida3 global inferior à de uma população geral correspondente (PGC), no entanto, ainda não está claro se a atividade física durante e após o tratamento pode ajudar a diminuir a diferença de sobrevida3 entre essas pessoas com câncer1 de cólon2 e indivíduos semelhantes sem câncer1 na população em geral.

Neste estudo, publicado no periódico Cancer1, da American Cancer1 Society, pesquisadores avaliaram a associação da atividade física com a sobrevida3 no câncer1 de cólon2 versus uma população geral correspondente.

O estudo constatou que níveis mais elevados de atividade física reduziram a disparidade de sobrevida3 entre pacientes com câncer1 de cólon2 em estágio III e indivíduos semelhantes da população em geral. Porém, entre pacientes sem recorrência4 do tumor5 em 3 anos, as taxas de sobrevida3 se aproximaram bastante das da população em geral, independentemente dos níveis de atividade física.

Foram analisados dados de dois ensaios clínicos6 de tratamento pós-operatório em câncer1 de cólon2 em estágio III, patrocinados pelo Instituto Nacional do Câncer1 (National Cancer1 Institute), Câncer1 e Leucemia7 Grupo B (CALGB) 89803 e 80702, com 2.876 pacientes que relataram atividade física. A atividade física foi convertida em equivalentes metabólicos (MET-horas/semana). A PGC foi derivada do Centro Nacional de Estatísticas da Saúde8 (National Center for Health Statistics) e pareada por idade, sexo e ano.

No geral, no CALGB 89803, a diferença absoluta entre a taxa de sobrevida3 observada em 3 anos em pacientes com câncer1 de cólon2 e a taxa esperada na população em geral pareada foi de -11,3%. A atividade física mais intensa reduziu essa lacuna: entre os pacientes que estavam vivos em 3 anos, aqueles com <3,0 e ≥18,0 MET-horas/semana tiveram taxas de sobrevida3 global subsequentes de 3 anos que foram -17,1% (intervalo de confiança [IC] de 95%, -22,4 a -11,8) e -3,5% (IC de 95%, -7,7 a 0,3) menores que a PGC, respectivamente.

No CALGB 80702, a diferença absoluta entre a taxa de sobrevida3 observada em 3 anos em pacientes com câncer1 de cólon2 e a taxa esperada na população em geral foi de -6,6%. Assim como no estudo CALGB 89803, níveis mais elevados de atividade física reduziram essa diferença: entre os pacientes que estavam vivos em 3 anos, aqueles com <3,0 e ≥18,0 MET-horas/semana tiveram taxas de sobrevida3 global subsequentes de 3 anos que foram -10,8% (IC de 95%, -15,4 a -6,9) e -4,4% (IC de 95%, -7,6 a -1,6) menores que a PGC, respectivamente.

Para pacientes9 sem recorrência4 tumoral em 3 anos, “a taxa de sobrevida3 se aproximou da população geral correspondente, independentemente do volume de atividade física,” afirmaram os autores. Em análises agrupadas, entre os pacientes que estavam vivos e não apresentaram recorrência4 tumoral no terceiro ano (n = 1.908), aqueles com < 3,0 e ≥ 18,0 MET-horas/semana apresentaram taxas de sobrevida3 global subsequentes em três anos que foram -3,1% (IC 95%, -6,2 a -0,3) menores e 2,9% (IC 95%, 1,5 a 4,2) maiores que a PGC, respectivamente.

Entre os pacientes com recorrência4 tumoral em 3 anos, a taxa de sobrevida3 permaneceu significativamente menor do que a da população em geral (55,8% menor com <3,0 MET horas/semana e 42,5% menor com ≥18,0 MET horas/semana).

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O estudo concluiu que a atividade física está associada a uma atenuação da disparidade de sobrevida3 entre pacientes com câncer1 de cólon2 em estágio III que participam de ensaios clínicos6 e a população geral correspondente. Alcançar uma taxa de sobrevida3 comparável à PGC depende da permanência livre de recidiva11 tumoral. Sobreviventes de câncer1 de cólon2 que são fisicamente ativos podem alcançar uma sobrevida3 a longo prazo que se aproxima à da PGC.

Foram relatadas algumas limitações do estudo. O design observacional limitou a inferência causal. Pacientes em ensaios clínicos6 podem diferir da população geral com câncer1 de cólon2, particularmente por apresentarem menos condições crônicas. A atividade física foi autorrelatada e focada em atividades recreativas.

 

Fontes:
Cancer1, Vol. 131, N° 5, em março de 2025.
Medscape, notícia publicada em 27 de fevereiro de 2025.

 

NEWS.MED.BR, 2025. Exercícios podem diminuir a lacuna de sobrevivência de pacientes com câncer de cólon. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1483955/exercicios-podem-diminuir-a-lacuna-de-sobrevivencia-de-pacientes-com-cancer-de-colon.htm>. Acesso em: 24 abr. 2025.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Cólon:
3 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
4 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
5 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
6 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
7 Leucemia: Doença maligna caracterizada pela proliferação anormal de elementos celulares que originam os glóbulos brancos (leucócitos). Como resultado, produz-se a substituição do tecido normal por células cancerosas, com conseqüente diminuição da capacidade imunológica, anemia, distúrbios da função plaquetária, etc.
8 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
9 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
10 Pólipos: 1. Em patologia, é o crescimento de tecido pediculado que se desenvolve em uma membrana mucosa (por exemplo, no nariz, bexiga, reto, etc.) em resultado da hipertrofia desta membrana ou como um tumor verdadeiro. 2. Em celenterologia, forma individual, séssil, típica dos cnidários, que se caracteriza pelo corpo formado por um tubo ou cilindro, cuja extremidade oral, dotada de boca e tentáculos, é dirigida para cima, e a extremidade oposta, ou aboral, é fixa.
11 Recidiva: 1. Em medicina, é o reaparecimento de uma doença ou de um sintoma, após período de cura mais ou menos longo; recorrência. 2. Em direito penal, significa recaída na mesma falta, no mesmo crime; reincidência.
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