Exposição a vírus foi associada à demência subsequente e a outras doenças neurodegenerativas
Pelo menos 22 doenças virais foram associadas a um risco aumentado de doença neurodegenerativa subsequente, descobriram os pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos.
Usando dados do Reino Unido e da Finlândia, Mike Nalls, PhD, do NIH Center for Alzheimer1's and Related Dementias, e co-autores identificaram 45 exposições virais que estavam ligadas a um risco aumentado de demência2 ou outras doenças neurodegenerativas e replicaram 22 dessas associações.
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A maior associação de efeito foi entre a exposição à encefalite5 viral e a doença de Alzheimer6, relataram os pesquisadores no estudo publicado na revista Neuron.
Depois que dados da pandemia7 de gripe8 de 1918 sugeriram que a influenza9 A H1N1 e o parkinsonismo pós-encefalítico podem estar ligados, os pesquisadores debateram possíveis relações entre vírus3 e doenças neurodegenerativas. Nos últimos anos, estudos relataram ligações entre herpesvírus e doença de Alzheimer6 e entre o vírus3 Epstein-Barr e a esclerose múltipla10.
“Depois de ler o estudo do vírus3 Epstein-Barr, percebemos que durante anos os cientistas procuraram, uma por uma, ligações entre um distúrbio neurodegenerativo individual e um vírus3 específico”, disse Nalls em um comunicado.
“Foi quando decidimos tentar uma abordagem diferente, mais baseada em ciência de dados”, acrescentou. “Ao usar registros médicos, fomos capazes de pesquisar sistematicamente todas as ligações possíveis de uma só vez.”
Nalls e seus colegas avaliaram dados de séries temporais de cerca de 335.000 indivíduos em uma coorte11 de descoberta de pessoas que participaram do FinnGen, um biobanco finlandês nacional. Os pesquisadores procuraram diagnósticos de doença de Alzheimer6, esclerose12 lateral amiotrófica, demência2, esclerose múltipla10, doença de Parkinson13 ou demência2 vascular14 e, em seguida, identificaram se os pacientes com esses diagnósticos tinham uma infecção15 viral anterior que levou à hospitalização. As hospitalizações por SARS-CoV-2 não foram incluídas no estudo.
Os pesquisadores destacaram alguns achados do estudo:
- Foram identificados 45 pares de exposições virais associadas ao aumento do risco de doenças neurodegenerativas (DNDs).
- 22 dos pares de exposições virais/DND foram replicados.
- A associação de Epstein-Barr e esclerose múltipla10 relatada anteriormente foi replicada.
- O acompanhamento mostra um risco significativamente elevado de DND anos após a exposição viral.
No artigo, eles relatam que, com descobertas recentes conectando o vírus3 Epstein-Barr a um risco aumentado de esclerose múltipla10 e crescentes preocupações sobre o impacto neurológico da pandemia7 de coronavírus, examinou-se então possíveis vínculos entre exposições virais e risco de doenças neurodegenerativas.
Usando dados de séries temporais do FinnGen para descoberta e dados transversais do UK Biobank para replicação, identificou-se 45 exposições virais significativamente associadas ao aumento do risco de doença neurodegenerativa, e replicou-se 22 dessas associações.
A maior associação de efeito foi entre a exposição à encefalite5 viral e a doença de Alzheimer6. A gripe8 com pneumonia16 foi significativamente associada a cinco das seis doenças neurodegenerativas estudadas. Também foi replicada a associação Epstein-Barr/esclerose múltipla10.
Algumas dessas exposições foram associadas a um risco aumentado de neurodegeneração até 15 anos após a infecção15.
Como há vacinas atualmente disponíveis para alguns dos vírus3 associados, a vacinação pode ser uma forma de reduzir algum risco de doença neurodegenerativa.
Leia sobre "Encefalites17", "Gripe8 suína" e "Vírus3 Epstein-Barr".
Fontes:
Neuron, publicação em 19 de janeiro de 2023.
MedPage Today, notícia publicada em 30 de janeiro de 2023.