Desenvolvimento de fibrilação atrial de início recente na UTI aumentou o risco de mortalidade intra-hospitalar e hospitalização subsequente com FA
Os pacientes que são tratados em uma UTI frequentemente desenvolvem fibrilação atrial de início recente (NOAF, em inglês), com impactos a longo prazo pouco claros.
Neste estudo, publicado no European Heart Journal – Acute Cardiovascular Care, os autores mostraram que os pacientes que desenvolvem NOAF durante a internação na UTI são mais propensos a morrer no hospital e têm maiores taxas de hospitalização subsequente com fibrilação atrial, acidente vascular cerebral1 e insuficiência cardíaca2 do que aqueles que não desenvolvem NOAF.
O objetivo foi comparar os resultados hospitalares nacionais e de longo prazo de pacientes que desenvolveram NOAF na UTI com aqueles que não o fizeram, antes e após o ajuste para comorbidades3 e fatores de admissão na UTI.
Usando o banco de dados RISK-II (auditoria clínica nacional do programa Case Mix de terapia intensiva4 de adultos vinculada a estatísticas de episódios hospitalares e dados de mortalidade5), realizou-se um estudo de coorte6 retrospectivo7 de 4.615 pacientes com NOAF e 27.690 controles pareados admitidos em 248 UTIs para adultos na Inglaterra, de abril de 2009 a março de 2016.
Examinou-se mortalidade5 intra-hospitalar; readmissão hospitalar com fibrilação atrial (FA), insuficiência cardíaca2 e acidente vascular cerebral1 até 6 anos após a alta; e mortalidade5 até 8 anos após a alta.
Em comparação com os controles, os pacientes que desenvolveram NOAF na UTI estavam em maior risco de mortalidade5 intra-hospitalar (odds ratio [OR] não ajustado 3,22, intervalo de confiança [IC] de 95% 3,02-3,44], explicado apenas parcialmente pela demografia do paciente, comorbidades3 e fatores de admissão na UTI (OR ajustado 1,50, IC 95% 1,38-1,63).
Eles também estavam em maior risco de hospitalização subsequente com FA (razão de risco específica da causa ajustada [aCHR] 5,86, IC 95% 5,33-6,44), acidente vascular cerebral1 (aCHR 1,47, IC 95% 1,12-1,93) e insuficiência cardíaca2 (aCHR 1,28, IC 95% 1,14-1,44) independente de comorbidades3 pré-existentes.
O estudo concluiu que os pacientes que desenvolvem fibrilação atrial de início recente durante uma internação na UTI têm maior risco de morte intra-hospitalar e readmissões ao hospital com fibrilação atrial, insuficiência cardíaca2 e acidente vascular cerebral1 do que aqueles que não desenvolvem.
Leia sobre "Doenças cardiovasculares8 " e "Fibrilação atrial: o que é".
Fonte: European Heart Journal – Acute Cardiovascular Care, publicação em 06 de julho de 2022.