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Câncer de próstata pode aumentar o risco de trombose venosa profunda e embolia pulmonar em quase 50%

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Homens com câncer1 de próstata2 tiveram um risco 50% maior de desenvolver tromboembolismo3 venoso (TEV) nos primeiros 5 anos após o diagnóstico4 de câncer1 em comparação com homens sem câncer1 de próstata2, de acordo com um estudo recente publicado no BMJ Open.

Os resultados da análise de dados de um estudo de coorte5 de base populacional com mais de 550.000 homens na Suécia demonstram que aqueles com câncer1 de próstata2 tinham um risco 48% maior de trombose venosa profunda6 e um risco 47% maior de embolia7 pulmonar após o ajuste para as características do paciente.

Leia sobre "Diferenças entre trombose venosa profunda6 e tromboembolismo3 venoso".

“A magnitude do aumento do risco de TEV entre homens com câncer1 de próstata2 observado em nosso estudo é menor do que a observada para outros tipos de câncer1, como observado em estudos anteriores, e provavelmente é atribuível à alta proporção de homens com doença localizada e baixo risco de progressão do câncer1.”, escreveram os investigadores. “Apesar disso, os médicos que tratam homens com câncer1 de próstata2 devem estar cientes do aumento acentuado do risco de TEV nesses homens, particularmente nos primeiros seis meses após o diagnóstico4 do câncer1, para ajudar a garantir o diagnóstico4 oportuno de TEV”.

O objetivo do estudo foi estimar o risco adicional de tromboembolismo3 venoso (TEV) em homens com câncer1 de próstata2 em comparação com homens sem câncer1 de próstata2 na Suécia.

Para tanto, foi realizado um estudo de coorte5 nacional acompanhando 92.105 homens com câncer1 de próstata2 e 466.241 homens sem câncer1 de próstata2 (coorte8 de comparação) pareados 5:1 por ano de nascimento e região de residência.

As medidas de resultados primárias e secundárias foram razões de proporção de incidência9 (IPRs) brutas comparando a incidência9 de TEV em homens com câncer1 de próstata2 e homens na coorte8 de comparação. A regressão de Cox foi usada para calcular os hazard ratios (HRs) para TEV ajustados para fatores de confusão.

2.955 homens com câncer1 de próstata2 e 9.774 homens na coorte8 de comparação experimentaram um primeiro TEV durante uma mediana de 4,5 anos de acompanhamento. A trombose venosa profunda6 (TVP) foi responsável por 52% dos casos de TEV em ambas as coortes.

O tempo médio desde o início do acompanhamento até o TEV foi de 2,5 anos (IQR 0,9-4,7) na coorte8 de câncer1 de próstata2 e 2,9 anos (IQR 1,3-5,0) na coorte8 de comparação.

As taxas brutas de incidência9 de TEV por 1.000 pessoas-ano foram de 6,54 (IC 95% 6,31 a 6,78) na coorte8 de câncer1 de próstata2 (n = 2.955 eventos) e 4,27 (IC 95% 4,18 a 4,35) na coorte8 de comparação (n = 9.774 eventos).

A IPR diminuiu de 2,53 (IC 95% 2,26 a 2,83) em 6 meses para 1,59 (IC 95% 1,52 a 1,67) em 5 anos de acompanhamento.

Os HRs ajustados foram de 1,48 (IC 95% 1,39 a 1,57) para TVP e 1,47 (IC 95% 1,39 a 1,56) para embolia7 pulmonar após ajuste para as características do paciente.

O estudo concluiu que homens suecos com câncer1 de próstata2 tiveram um aumento médio de 50% no risco de tromboembolismo3 venoso durante os 5 anos após o diagnóstico4 de câncer1 em comparação com homens sem câncer1 de próstata2.

Os médicos devem estar atentos a esse aumento acentuado no risco de TEV em homens com câncer1 de próstata2 para ajudar a garantir o diagnóstico4 oportuno.

Saiba mais sobre "Trombose venosa profunda6", "Embolia7 pulmonar ou embolismo10" e "Câncer1 de Próstata2".

 

Fontes:
BMJ Open, publicação em 23 de maio de 2022.
Practical Cardiology, notícia publicada em 24 de maio de 2022.

 

NEWS.MED.BR, 2022. Câncer de próstata pode aumentar o risco de trombose venosa profunda e embolia pulmonar em quase 50%. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1418795/cancer-de-prostata-pode-aumentar-o-risco-de-trombose-venosa-profunda-e-embolia-pulmonar-em-quase-50.htm>. Acesso em: 20 abr. 2024.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
3 Tromboembolismo: Doença produzida pela impactação de um fragmento de um trombo. É produzida quando este se desprende de seu lugar de origem, e é levado pela corrente sangüínea até produzir a oclusão de uma artéria distante do local de origem do trombo. Esta oclusão pode ter diversas conseqüências, desde leves até fatais, dependendo do tamanho do vaso ocluído e do tipo de circulação do órgão onde se deu a oclusão.
4 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
5 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
6 Trombose Venosa Profunda: Caracteriza-se pela formação de coágulos no interior das veias profundas da perna. O que mais chama a atenção é o edema (inchaço) e a dor, normalmente restritos a uma só perna. O edema pode se localizar apenas na panturrilha e pé ou estar mais exuberante na coxa, indicando que o trombo se localiza nas veias profundas dessa região ou mais acima da virilha. Uma de suas principais conseqüências a curto prazo é a embolia pulmonar, que pode deixar seqüelas ou mesmo levar à morte. Fatores individuais de risco são: varizes de membros inferiores, idade maior que 40 anos, obesidade, trombose prévia, uso de anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal, entre outras.
7 Embolia: Impactação de uma substância sólida (trombo, colesterol, vegetação, inóculo bacteriano), líquida ou gasosa (embolia gasosa) em uma região do circuito arterial com a conseqüente obstrução do fluxo e isquemia.
8 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
9 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
10 Embolismo: É o mesmo que embolia, mas é um termo menos usado. Significa obstrução de um vaso, frequentemente uma artéria, pela migração de um corpo estranho (chamado de êmbolo) levado pela corrente sanguínea.
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