Perfis de RNA revelam assinaturas de saúde e de doença futuras na gravidez, podendo prever a pré-eclâmpsia
A morbidade1 e a mortalidade2 materna continuam a aumentar, e a pré-eclâmpsia3 é um dos principais responsáveis por esse ônus. No entanto, a capacidade de avaliar a fisiopatologia4 subjacente antes da apresentação clínica para permitir a identificação de gestações de risco permanece indefinida.
Neste estudo, publicado na revista Nature, pesquisadores demonstraram a capacidade do RNA livre de células5 (cfRNA) plasmático para revelar padrões de progressão normal da gravidez6 e determinar o risco de desenvolver pré-eclâmpsia3 meses antes da apresentação clínica.
Os resultados se concentram em dados abrangentes de transcriptoma de oito coortes independentes coletadas prospectivamente, compreendendo 1.840 gestações racialmente diversas e análise retrospectiva de 2.539 amostras de plasma7 armazenadas.
Os dados de pré-eclâmpsia3 incluem 524 amostras (72 casos e 452 não casos) de duas coortes independentes diversas coletadas 14,5 semanas (DP 4,5 semanas) antes do parto.
Foi demonstrado que as assinaturas de cfRNA de uma única coleta de sangue8 podem rastrear a progressão da gravidez6 nos níveis placentário, materno e fetal e podem prever de forma robusta a pré-eclâmpsia3, com uma sensibilidade de 75% e um valor preditivo positivo de 32,3% (DP 3%), que é superior ao método padrão ouro atual.
As assinaturas de cfRNA de progressão normal da gravidez6 e pré-eclâmpsia3 são independentes de fatores clínicos, como idade materna, índice de massa corporal9 e raça, que cumulativamente representam menos de 1% da variância do modelo.
Além disso, a assinatura de cfRNA para pré-eclâmpsia3 contém características genéticas ligadas a processos biológicos implicados na fisiopatologia4 subjacente da pré-eclâmpsia3.
Saiba mais sobre "Gravidez6 de risco: quando pode ocorrer", "Diferenças entre pré-eclâmpsia3 e eclâmpsia10" e "Hipertensão11 da gravidez6".
Fonte: Nature, publicação em 05 de janeiro de 2022.