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Fibrose em estágios mais avançados em adultos com doença hepática gordurosa não alcoólica está associada a piores prognósticos

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Os prognósticos com relação à mortalidade1 e aos desfechos hepáticos e não hepáticos em todo o espectro histológico2 da doença hepática3 gordurosa não alcoólica (DHGNA) não estão bem definidos.

Neste estudo, publicado pelo The New England Journal of Medicine, pesquisadores acompanharam prospectivamente uma população multicêntrica de pacientes que incluía todo o espectro histológico2 da DHGNA. As incidências de morte e outros desfechos foram comparadas entre as características histológicas4 basais.

Saiba mais sobre "Esteatose5 metabólica", "Esteatose hepática6: o que é" e "Provas de função hepática3".

Um total de 1.773 adultos com DHGNA foram acompanhados por uma média de 4 anos. A mortalidade1 por todas as causas aumentou com o aumento dos estágios de fibrose7 (0,32 mortes por 100 pessoas-ano para os estágios F0 a F2 [sem fibrose7, ou fibrose7 leve ou moderada], 0,89 mortes por 100 pessoas-ano para o estágio F3 [fibrose7 em ponte] e 1,76 mortes por 100 pessoas-ano para o estágio F4 [cirrose8]).

A incidência9 de complicações relacionadas ao fígado10 por 100 pessoas-ano aumentou com o estágio de fibrose7 (F0 a F2 vs. F3 vs. F4) da seguinte forma:

Em comparação com pacientes com fibrose7 nos estágios F0 a F2, pacientes com fibrose7 em estágio F4 também tiveram uma maior incidência9 de diabetes tipo 215 (7,53 vs. 4,45 eventos por 100 pessoas-ano) e uma diminuição de mais de 40% na taxa de filtração glomerular estimada (2,98 vs. 0,97 eventos por 100 pessoas-ano).

A incidência9 de eventos cardíacos e cânceres não hepáticos foi semelhante em todos os estágios de fibrose7.

Após o ajuste para idade, sexo, raça, diabetes16 e gravidade histológica17 basal, a incidência9 de qualquer evento de descompensação hepática3 (hemorragia11 varicosa, ascite12 ou encefalopatia13) foi associada ao aumento da mortalidade1 por todas as causas (razão de risco ajustada, 6,8; intervalo de confiança de 95%, 2,2 a 21,3).

Neste estudo prospectivo18 envolvendo pacientes com DHGNA, os estágios F3 e F4 da fibrose7 foram associados a riscos aumentados de complicações relacionadas ao fígado10 e morte.

Leia sobre "Insuficiência hepática19", "Encefalopatia13 hepática3", "O que é ascite12" e "Cirrose8 hepática3".

 

Fonte: The New England Journal of Medicine, publicação em 21 de outubro de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Fibrose em estágios mais avançados em adultos com doença hepática gordurosa não alcoólica está associada a piores prognósticos. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1404690/fibrose-em-estagios-mais-avancados-em-adultos-com-doenca-hepatica-gordurosa-nao-alcoolica-esta-associada-a-piores-prognosticos.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.

Complementos

1 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
2 Histológico: Relativo à histologia, ou seja, relativo à disciplina biomédica que estuda a estrutura microscópica, composição e função dos tecidos vivos.
3 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
4 Histológicas: Relativo à histologia, ou seja, relativo à disciplina biomédica que estuda a estrutura microscópica, composição e função dos tecidos vivos.
5 Esteatose: Degenerescência gordurosa de um tecido.
6 Esteatose hepática: Esteatose hepática ou “fígado gorduroso“ é o acúmulo de gorduras nas células do fígado.
7 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
8 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.
9 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
10 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
11 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
12 Ascite: Acúmulo anormal de líquido na cavidade peritoneal. Pode estar associada a diferentes doenças como cirrose, insuficiência cardíaca, câncer de ovário, esquistossomose, etc.
13 Encefalopatia: Qualquer patologia do encéfalo. O encéfalo é um conjunto que engloba o tronco cerebral, o cerebelo e o cérebro.
14 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
15 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
16 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
17 Histológica: Relativo à histologia, ou seja, relativo à disciplina biomédica que estuda a estrutura microscópica, composição e função dos tecidos vivos.
18 Prospectivo: 1. Relativo ao futuro. 2. Suposto, possível; esperado. 3. Relativo à preparação e/ou à previsão do futuro quanto à economia, à tecnologia, ao plano social etc. 4. Em geologia, é relativo à prospecção.
19 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
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