Exposições intrauterinas podem ter uma influência de longo prazo no risco de câncer de tireoide na prole
O câncer1 de tireoide2 tende a ser diagnosticado em uma idade mais jovem (idade média 51 anos) em comparação com a maioria das outras doenças malignas (como câncer1 de mama3 [62 anos] ou câncer1 de pulmão4 [71 anos]).
Saiba mais sobre "Câncer1 da tireoide2" e "Câncer1 de Cabeça5 e Pescoço6".
A incidência7 de câncer1 de tireoide2 é maior em mulheres do que em homens diagnosticados a partir do início da adolescência. No entanto, foram identificadas poucas exposições ao risco no útero8 e no início da vida associadas ao aumento do risco de câncer1 de tireoide2.
Neste estudo de caso-controle aninhado de base populacional, publicado no The Lancet Diabetes9 & Endocrinology, foram usados dados de registro de quatro países nórdicos para avaliar o risco de câncer1 de tireoide2 em filhos com relação ao histórico médico materno, complicações na gravidez10 e características do nascimento.
Pacientes com câncer1 de tireoide2 (casos) eram indivíduos nascidos e subsequentemente diagnosticados com primeiro câncer1 de tireoide2 primário de 1973 a 2013 na Dinamarca, de 1987 a 2014 na Finlândia, de 1967 a 2015 na Noruega ou de 1973 a 2014 na Suécia.
Cada caso foi pareado com até dez indivíduos sem câncer1 de tireoide2 (controles) com base no ano de nascimento, sexo, país e município de nascimento. Foram excluídos casos e controles pareados com diagnóstico11 prévio de qualquer câncer1, exceto câncer1 de pele12 não melanoma13, no momento do diagnóstico11 de câncer1 de tireoide2. Casos e controles pareados deveriam residir no país de nascimento no momento do diagnóstico11 de câncer1 de tireoide2. Modelos de regressão logística condicional foram usados para calcular odds ratios (OR) com ICs de 95%.
Dos 2.437 casos, 1.967 (81,4%) tinham carcinomas papilíferos, 1.880 (77,1%) eram mulheres e 1.384 (56,7%) foram diagnosticados antes dos 30 anos (intervalo 0-48).
Maior peso ao nascer (OR por kg 1,14 [IC 95% 1,05–1,23]) e hipotireoidismo14 congênito15 (4,55 [1,58–13,08]); diabetes9 materno antes da gravidez10 (OR 1,69 [0,98–2,93]) e hemorragia16 pós-parto (OR 1,28 [1,06–1,55]); e (a partir de dados de registro na Dinamarca) hipotireoidismo14 (18,12 [10,52–31,20]), hipertireoidismo17 (11,91 [6,77–20,94]), bócio18 (67,36 [39,89–113,76]) e neoplasias19 benignas da tireoide2 (22,50 [6,93–73,06]) maternos foram associados a um risco aumentado de câncer1 de tireoide2 na prole.
Esse estudo mostrou que exposições intrauterinas, particularmente aquelas relacionadas a distúrbios maternos da tireoide2, podem ter uma influência de longo prazo no risco de câncer1 de tireoide2 na prole.
Leia sobre "Neoplasias19 endócrinas múltiplas", "Nódulos tireoidianos20", "Avaliação da tireoide2" e "Hipotireoidismo14: diagnóstico11 e tratamento".
Fonte: The Lancet Diabetes9 & Endocrinology, publicação em 18 de dezembro de 2020.