A metilação estende o alcance da biópsia líquida na detecção do câncer
Melhorar a detecção precoce do câncer1 tem o potencial de reduzir substancialmente a mortalidade2 relacionada ao câncer1.
A medição do status de metilação do DNA livre circulante (cfDNA, do inglês cell-free DNA) no plasma3 possui um grande potencial para a detecção precoce e não invasiva do câncer1. Dois artigos recentes publicados na Nature Medicine mostram a aplicação bem-sucedida da detecção de câncer1 baseada em metilação do cfDNA em dois cenários altamente desafiadores.
A metilação do DNA é um processo biológico pelo qual os grupos metil são adicionados à molécula de DNA. A metilação pode alterar a atividade de um segmento de DNA sem alterar a sequência. Nos mamíferos, a metilação do DNA é essencial para o desenvolvimento normal e está associada a vários processos-chave, incluindo impressão genômica, inativação do cromossomo4 X, repressão de elementos transponíveis, envelhecimento e carcinogênese.
Em um dos artigos¹ publicados, estudou-se a detecção e discriminação de tumores intracranianos usando metilomas de DNA livre circulante no plasma3. O diagnóstico5 definitivo de tumores intracranianos depende de amostras de tecido6 obtidas por cirurgia invasiva. Abordagens de diagnóstico5 não invasivas oferecem uma oportunidade para evitar cirurgias e mitigar7 riscos desnecessários aos pacientes. No estudo em questão, mostrou-se que os perfis de metilação do DNA no plasma3 revelam assinaturas altamente específicas para detectar e discriminar com precisão os tumores intracranianos primários comuns que compartilham linhagens de células8 de origem e podem ser difíceis de distinguir usando exames de imagens padrão do atendimento médico.
No outro artigo², estudou-se a detecção de carcinoma9 de células8 renais usando metilomas de DNA livre circulante no plasma3 e na urina10. A imunoprecipitação e o sequenciamento de alto rendimento (cfMeDIP-seq) de DNA livre circulante metilado é um teste altamente sensível capaz de detectar tumores em estágio inicial. Nesse estudo relatou-se uma classificação precisa dos pacientes em todos os estágios do carcinoma9 de células8 renais (CCR) no plasma3 (área sob a curva característica de operação do receptor (AUROC) de 0,99) e demonstrou-se a validade desse teste para identificar pacientes com CCR usando DNA livre circulante na urina10 (cfDNA; AUROC de 0,86).
Leia sobre "Exame de sangue11 para detectar cânceres de alta mortalidade2", "Tumores cerebrais" e "Tipos de câncer1 dos rins12".
Fonte: Nature Reviews Clinical Oncology, publicação em 30 de julho de 2020.
Referências
[1] Detection and discrimination of intracranial tumors using plasma3 cell-free DNA methylomes, disponível em Nature Medicine.
[2] Detection of renal13 cell carcinoma9 using plasma3 and urine cell-free DNA methylomes, disponível em Nature Medicine.