O tempo de vida no ar de pequenas gotículas de fala e sua importância potencial na transmissão de SARS-CoV-2
Há muito que se reconhece que os vírus1 respiratórios podem ser transmitidos por gotículas geradas pela tosse ou espirro. É menos conhecido que a fala normal também produz milhares de gotículas de fluido oral com uma ampla distribuição de tamanho.
Altas cargas virais de coronavírus 2 da síndrome2 respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) foram detectadas em fluidos orais de pacientes positivos para doença do coronavírus 2019 (COVID-19), incluindo os assintomáticos. No entanto, o possível papel dos núcleos de pequenas gotículas de fala com diâmetros inferiores a 30 μm, que potencialmente poderiam permanecer no ar por longos períodos de tempo, não foi amplamente considerado.
Considera-se cada vez mais que as gotas de fala geradas por portadores assintomáticos do SARS-CoV-2 sejam um provável modo de transmissão da doença.
Em publicação do periódico PNAS, pesquisadores usaram uma intensa luz laser para visualizar rajadas de gotículas de fala produzidas durante frases repetidas. Essas observações de espalhamento através de luz de laser altamente sensível revelaram que a fala alta pode emitir milhares de gotículas de fluido oral por segundo.
Em um ambiente aéreo fechado e estagnado, essas gotículas desaparecem da janela de visão3 com constantes de tempo no intervalo de 8 a 14 minutos, o que corresponde aos núcleos de gotículas de ca. 4 μm de diâmetro ou gotas de 12 a 21 μm antes da desidratação4.
Esse método utilizado no estudo não apenas fornece evidências visuais em tempo real para a emissão de gotículas de fala, mas também avalia sua vida útil no ar. Essa visualização direta demonstra como a fala normal gera gotículas no ar que podem permanecer suspensas por dezenas de minutos ou mais e são eminentemente5 capazes de transmitir doenças em espaços confinados.
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Fonte: PNAS, publicação em 13 de maio de 2020.