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Nature: as bactérias no intestino da mãe podem proteger os bebês contra alergias alimentares

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Em camundongos, o microbioma1 materno influencia o desenvolvimento imunológico fetal e os resultados alérgicos pós-natais.

As populações ocidentalizadas apresentam altas taxas de doenças alérgicas e baixas taxas de transporte gastrointestinal de Prevotella, um gênero bacteriano comensal2 que produz ácidos graxos de cadeia curta e endotoxinas3, cada um dos quais pode promover o desenvolvimento de tolerância imunológica fetal.

Neste estudo, publicado pela Nature, foi usada uma coorte4 de pré-parto (n = 1.064 mães) para realizar um estudo aninhado de uma coorte4 comparando 58 mães de bebês5 com alergia6 alimentar IgE mediada clinicamente comprovada com 258 mães selecionadas aleatoriamente.

A análise da região V4 do gene 16S RNAr (RNA ribossômico) em amostras fecais mostra que o transporte materno de Prevotella copri durante a gravidez7 prediz fortemente a ausência de alergia6 alimentar na prole.

Esta associação foi confirmada usando qPCR direcionado e foi independente do transporte infantil de P. copri. Famílias maiores, o que é um fator protetor bem estabelecido para doenças alérgicas, prediz fortemente o transporte materno de P. copri.

Leia sobre "Alergia6 alimentar", "Bactérias do bem", "Testes alérgicos" e "Probióticos8 e Prebióticos".

 

Fonte: Nature, publicação em 24 de março de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. Nature: as bactérias no intestino da mãe podem proteger os bebês contra alergias alimentares. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1364503/nature-as-bacterias-no-intestino-da-mae-podem-proteger-os-bebes-contra-alergias-alimentares.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.

Complementos

1 Microbioma: Comunidade ecológica de microrganismos comensais, simbióticos e patogênicos que compartilham nosso espaço corporal. Microbioma humano é o conjunto de microrganismos que reside no corpo do Homo sapiens, mantendo uma relação simbiótica com o hospedeiro. O conceito vai além do termo microbiota, incluindo também a relação entre as células microbianas e as células e sistemas humanos, por meio de seus genomas, transcriptomas, proteomas e metabolomas.
2 Comensal: 1. Diz-se de ou cada um dos que comem juntos. 2. Diz-se de ou indivíduo que habitualmente frequenta e come em casa de outrem. 3. No sentido figurado, em uso pejorativo, diz-se de ou indivíduo que vive à custa alheia; parasita. 4. Em ecologia, é aquilo ou aquele que vive em comensalismo (diz-se de organismo), ou seja, em relação ecológica interespecífica na qual duas espécies de animais se encontram associadas com benefício para uma delas mas sem prejuízo para a outra; inquilinismo.
3 Endotoxinas: Toxinas produzidas no interior de células de micro-organismos e que não são secretadas para o meio externo.
4 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
5 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
6 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
7 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
8 Probióticos: Suplemento alimentar, rico em micro-organismos vivos, que afeta de forma benéfica seu consumidor, através da melhoria do balanço microbiano intestinal.
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