Obesidade entre adolescentes e risco de câncer na meia-idade: estudo de 2,3 milhões de adolescentes em Israel
A obesidade1 foi estabelecida como um fator causal para vários tipos de câncer2, e a obesidade1 na adolescência está aumentando em todo o mundo. Estudo publicado pelo The Lancet Diabetes3 & Endocrinology buscou examinar associações entre o índice de massa corporal4 (IMC5) medido aos 17 anos e a incidência6 de câncer2 e mortalidade7 entre os que desenvolveram câncer2.
Em uma coorte8 nacional de base populacional de adolescentes em Israel, a altura e o peso foram medidos no exame médico obrigatório antes do recrutamento, durante o período de 1967 a 2010. O IMC5 foi classificado de acordo com os percentis do US Center for Disease Control and Prevention. Foram aplicados modelos de risco proporcional de Cox para estimar as taxas de risco (HRs) e IC 95% para casos incidentes9 de câncer2, usando o grupo do 5º - 49º percentil do IMC5 como referência.
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O desfecho primário foi qualquer diagnóstico11 de câncer2 entre 1º de janeiro de 1967 e 31 de dezembro de 2012, conforme registrado no Registro Nacional de Câncer2 de Israel. Os participantes com um diagnóstico11 de câncer2 na linha de base (antes da avaliação do recrutamento militar) foram excluídos desta análise. O resultado secundário do estudo foi a mortalidade7 por todas as causas entre os membros da coorte8 que tiveram câncer2, entre 1º de janeiro de 1967 e 31 de dezembro de 2017.
Dos 2.458.170 participantes examinados entre 1º de janeiro de 1967 e 31 de dezembro de 2010, 160.040 foram excluídos. Fizeram efetivamente parte do estudo 2.298.130 participantes, dos quais 928.110 eram mulheres e 1.370.020 eram homens.
Durante 29.542.735 pessoas-ano de seguimento em homens, foram registrados 26.353 casos incidentes9 de câncer2 e em 18.044.863 pessoas-ano de seguimento em mulheres, 29.488 casos incidentes9 de câncer2.
A incidência6 de câncer2 aumentou gradualmente entre os percentis de IMC5. A HR ajustada foi de 1,26 (IC 95% 1,18–1,35) entre os homens com obesidade1 na adolescência. Entre as mulheres, não foi encontrada associação entre obesidade1 e câncer2 geral, impulsionada por associações inversas de obesidade1 com câncer2 de colo12 de útero13 e mama14. Quando esses cânceres foram excluídos, a HR ajustada para o câncer2 foi de 1,27 (1,13–1,44) entre as mulheres com obesidade1 na adolescência.
Em ambos os sexos, o IMC5 alto (≥85º percentil) foi associado a um risco aumentado de câncer2 após 10 anos. Essa associação foi acentuada no período tardio da coorte8 versus o período inicial da coorte8.
O IMC5 foi associado positivamente a um maior risco de mortalidade7. O risco atribuível à população projetada para IMC5 alto foi de 5,1% (4,2-6,1) para homens e 5,7% (4,2-7,3) para mulheres.
A crescente prevalência15 de obesidade1 na adolescência e a possível associação entre o IMC5 dos adolescentes e a incidência6 de câncer2 podem aumentar a carga futura de cânceres relacionados à obesidade1. O IMC5 entre os adolescentes pode constituir um importante alvo de intervenção para a prevenção do câncer2.
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Fonte: The Lancet Diabetes3 & Endocrinology, publicação em 03 de fevereiro de 2020.