Obesidade é impulsionada pelo acúmulo de uma malha molecular ao redor dos neurônios da fome
Após uma refeição, a concentração de glicose1 no sangue2 aumenta e estimula as células3 β do pâncreas4 a secretarem mais insulina5, um hormônio6 que circula na corrente sanguínea e chega ao cérebro7.
Uma região do cérebro7 chamada núcleo arqueado do hipotálamo8 (ARC) é responsável por detectar os níveis de insulina5, ajustar a ingestão de alimentos e controlar processos fisiológicos relacionados, como a queima de gordura9 e o gasto energético.
Se os neurônios10 do ARC perdem a sensibilidade à insulina5, começamos a comer mais, acumular gordura9 e desenvolver problemas de saúde11 metabólica.
Em um artigo publicado na revista Nature, pesquisadores relatam que o acúmulo de uma malha molecular chamada matriz extracelular ao redor dos neurônios10 impede que a insulina5 chegue ao seu receptor, causando resistência à insulina12 no cérebro7 de camundongos obesos. Libertar os neurônios10 dessa malha restaura a sinalização da insulina5 e reduz drasticamente o peso corporal.
Leia sobre "Síndrome metabólica13", "Metabolismo14" e "O papel da insulina5 no corpo".
Confira a seguir o resumo do artigo publicado.
Matriz extracelular hipotalâmica patogênica15 promove doenças metabólicas
Doenças metabólicas como obesidade16 e diabetes tipo 217 são caracterizadas por resistência à insulina12. Células3 dentro do núcleo arqueado do hipotálamo8 (ARC), que são cruciais para a regulação do metabolismo14, tornam-se resistentes à insulina5 durante a progressão da doença metabólica, mas esses mecanismos não são totalmente compreendidos.
Neste estudo, investigou-se o papel de uma matriz extracelular especializada de proteoglicanos de sulfato de condroitina, denominada rede perineuronal, que envolve os neurônios10 do ARC. Em doenças metabólicas, a rede perineuronal do ARC torna-se aumentada e remodelada, impulsionando a resistência à insulina12 e a disfunção metabólica.
A ruptura da rede perineuronal em camundongos obesos, seja enzimaticamente ou com pequenas moléculas, melhora o acesso da insulina5 ao cérebro7, revertendo a resistência neuronal à insulina5 e melhorando a saúde11 metabólica.
Esses achados identificam a remodelação da matriz extracelular do ARC como um mecanismo fundamental que impulsiona doenças metabólicas.
Fonte: Nature, publicação em 18 de setembro de 2024.















