O palmitato no líquido cefalorraquidiano de seres humanos com obesidade é aumentado e induz comprometimento da memória em camundongos
Destaques
• O palmitato do líquido cefalorraquidiano1 (LCR) aumenta em humanos com sobrepeso2 ou obesidade3 com comprometimento cognitivo4
• O palmitato do LCR se correlaciona inversamente com o desempenho cognitivo5 em humanos com sobrepeso2
• Palmitato prejudica a plasticidade sináptica e a memória em camundongos
• Microglia ativada e TNF-α mediam as deficiências induzidas por palmitato na memória
A obesidade3 tem sido associada ao declínio cognitivo4, à atrofia6 das regiões do cérebro7 relacionadas ao aprendizado e à memória, e ao maior risco de desenvolvimento de demência8. No entanto, os mecanismos moleculares subjacentes a essas alterações neurológicas ainda são amplamente desconhecidos.
Em estudo publicado pelo periódico Cell Reports, foram investigados os efeitos do palmitato, um ácido graxo saturado presente em grandes quantidades em dietas ricas em gordura9, no cérebro7. O palmitato é aumentado no líquido cefalorraquidiano1 (LCR) de pacientes com sobrepeso2 e obesos com comprometimento cognitivo4 leve amnésico.
Nos camundongos, a infusão intracerebroventricular de palmitato prejudica a plasticidade sináptica e a memória. O palmitato induz ativação astroglial e microglial no hipocampo10 de camundongos, e seu impacto deletério é mediado pela sinalização do fator de necrose11 tumoral alfa (TNF-α) derivado da microglia.
Os resultados do estudo estabelecem que a obesidade3 está associada a aumentos no palmitato do LCR.
Ao definir um mecanismo pró-inflamatório pelo qual níveis anormais de palmitato no cérebro7 prejudicam a memória, os resultados sugerem ainda que estratégias anti-inflamatórias podem atenuar o comprometimento da memória na obesidade3.
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Fonte: Cell Reports, vo. 30, nº 7, em 18 de fevereiro de 2020.