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Redução de 5 mg da olanzapina combinada à terapia antiemética para a prevenção de náusea e vômito induzidos por quimioterapia mostrou ser eficaz

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A olanzapina 10 mg adicionada à terapia antiemética padrão, incluindo aprepitante, palonossetrona e dexametasona, foi recomendada para a prevenção de náusea1 e vômito2 induzidos pela quimioterapia3. As diretrizes sugerem que uma redução da dose para 5 mg deve ser considerada para evitar a sedação4. Em vários estudos de fase 2, a olanzapina 5 mg demonstrou atividade equivalente à olanzapina 10 mg e um perfil de segurança favorável em relação à sonolência.

Neste estudo publicado pelo The Lancet Oncology avaliou-se a eficácia de 5 mg de olanzapina combinada à terapia antiemética padrão para a prevenção de náusea1 e vômito2 induzidos por quimioterapia3, causados pela quimioterapia3 à base de cisplatina.

Saiba mais sobre "Náuseas5 e vômitos6" e "Quimioterapia3".

Este foi um estudo de fase 3 randomizado7, duplo-cego, controlado por placebo8, para avaliar a eficácia da olanzapina 5 mg combinada à terapia antiemética tripla, feito em 26 hospitais no Japão. Os principais critérios de inclusão foram pacientes com tumor9 maligno (excluindo aqueles com malignidade hemopoiética) que foram programados para serem tratados com cisplatina (≥50 mg/m²) pela primeira vez, com idades entre 20 e 75 anos e com status de desempenho de 0 a 2 no Eastern Cooperative Oncology Group.

Os pacientes elegíveis foram designados aleatoriamente (1:1) para receber 5 mg de olanzapina oral ou placebo8, uma vez ao dia nos dias 1 a 4, combinado com aprepitante, palonosetrona e dexametasona (dosagem baseada na terapia antiemética padrão contra quimioterapia3 com potencial altamente emetogênico10, terapia antiemética tripla). Os pacientes foram aleatoriamente designados para intervenções pelo uso de um sistema de entrada na web e pelo método de minimização com um componente aleatório, com sexo, dose de cisplatina e idade como fatores de ajuste da alocação. Pacientes, equipe médica, investigadores e indivíduos que manipulavam dados foram todos ocultados na atribuição do tratamento.

O resultado primário foi a proporção de pacientes que alcançaram uma resposta completa, definida como ausência de vômito2 e não uso de medicamentos de resgate na fase tardia (24-120 horas). Todos os pacientes designados aleatoriamente que atenderam aos critérios de elegibilidade, receberam uma dose de cisplatina 50 mg/m² ou mais, e pelo menos um tratamento do estudo, foram incluídos na análise de eficácia. Todos os pacientes que receberam qualquer tratamento neste estudo foram avaliados quanto à segurança.

Entre 9 de fevereiro de 2017 e 13 de julho de 2018, 710 pacientes foram incluídos; 356 foram designados aleatoriamente para receber olanzapina e 354 foram designados para receber placebo8. Todos os pacientes elegíveis foram observados 120 horas após o início da cisplatina. Um paciente no grupo olanzapina e três no grupo placebo8 não receberam tratamento e foram excluídos de todas as análises. Um paciente do grupo olanzapina interrompeu o tratamento no dia 1 e foi excluído da análise de eficácia.

Na fase tardia, a proporção de pacientes que atingiram uma resposta completa foi de 280 (79% [IC 95% 75-83] de 354 pacientes no grupo olanzapina e 231 (66% [61-71] dos 351 pacientes no grupo placebo8 (p<0,0001). Um paciente apresentou constipação11 grau 3 e um paciente teve sonolência grau 3 relacionados ao tratamento no grupo olanzapina.

A olanzapina 5 mg combinada com aprepitante, palonosetrona e dexametasona pode ser uma nova terapia antiemética padrão para pacientes12 submetidos à quimioterapia3 à base de cisplatina.

Leia sobre "Câncer13 - informações importantes" e "Interação entre álcool e drogas psicotrópicas".

 

Fonte: The Lancet Oncology, em 11 de dezembro de 2019.

 

NEWS.MED.BR, 2019. Redução de 5 mg da olanzapina combinada à terapia antiemética para a prevenção de náusea e vômito induzidos por quimioterapia mostrou ser eficaz. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1354188/reducao-de-5-mg-da-olanzapina-combinada-a-terapia-antiemetica-para-a-prevencao-de-nausea-e-vomito-induzidos-por-quimioterapia-mostrou-ser-eficaz.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.

Complementos

1 Náusea: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc.
2 Vômito: É a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Pode ser classificado como: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
3 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
4 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
5 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
6 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
7 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
8 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
9 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
10 Emetogênico: Que causa êmese, ou seja, que causa vômito.
11 Constipação: Retardo ou dificuldade nas defecações, suficiente para causar desconforto significativo para a pessoa. Pode significar que as fezes são duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes (evacuações inferiores a três vezes por semana), ou ainda a sensação de esvaziamento retal incompleto, após as defecações.
12 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
13 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
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