Maior grau de inibição da recaptação de serotonina de antidepressivos pode reduzir risco isquêmico, publicado pelo Neurology
Um estudo de coorte1, publicado pelo periódico Neurology, mostra que o uso de antidepressivos com forte inibição da recaptação de serotonina está associado a uma pequena diminuição da incidência2 de acidente vascular cerebral3 isquêmico4 e infarto do miocárdio5 (IM).
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O estudo de coorte1 foi conduzido usando dados do UK Clinical Practice Research Datalink e considerando novos usuários de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) ou antidepressivos de terceira geração, com idade ≥ 18 anos, entre 1995 e 2014. Usando uma abordagem de caso-controle aninhado, os pesquisadores avaliaram cada caso de um primeiro acidente vascular cerebral3 isquêmico4 ou infarto do miocárdio5 identificado durante o acompanhamento, com até 30 controles com idade, sexo, tempo do calendário e duração do acompanhamento compatíveis. Estimou-se as razões de taxa de incidência2 (RR) e os intervalos de confiança de 95% (IC) de cada resultado associado ao uso atual de inibidores fortes comparados a inibidores fracos da serotonina usando regressão logística condicional.
A coorte6 incluiu 938.388 usuários novos de ISRSs (n = 868.755) ou antidepressivos de terceira geração (n = 69.633). A média de idade na entrada da coorte6 foi de 46 anos (64% mulheres). Durante o acompanhamento, 15.860 casos de acidente vascular cerebral3 isquêmico4 e 8.626 casos de IM foram identificados e combinados com 473.712 e 258.022 controles, respectivamente.
Em comparação com o uso atual de inibidores fracos da recaptação de serotonina, o uso atual de inibidores fortes foi associado a uma diminuição na taxa de acidente vascular cerebral3 isquêmico4 (RR 0,88; IC 95% 0,80–0,97), mas o tamanho do efeito foi menor em algumas análises de sensibilidade. A taxa de IM foi semelhante entre inibidores fortes e fracos (RR 1,00; IC 95% 0,87–1,15).
Concluiu-se neste grande estudo de base populacional que os antidepressivos que inibem fortemente a recaptação da serotonina podem estar associados a uma pequena diminuição na taxa de acidente vascular cerebral3 isquêmico4.
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Fonte: Neurology, em 7 de agosto de 2019