BMJ: dieta pobre em carboidratos aumentou o gasto de energia durante a manutenção da perda de peso
Um ensaio randomizado1, publicado pelo British Medical Journal, buscou determinar os efeitos de dietas com diferentes proporções entre carboidrato2 e gordura3 no gasto energético total.
O estudo, realizado nos EUA de agosto de 2014 a maio de 2017, foi uma colaboração multicêntrica que envolveu 164 adultos entre 18 e 65 anos de idade, com índice de massa corporal4 de 25 kg/m² ou mais.
Após uma perda de 12%, em média, do peso corporal ao realizar uma dieta, os participantes foram distribuídos aleatoriamente para uma das três dietas teste de acordo com o teor de carboidratos (alto, 60%, n = 54; moderado, 40%, n = 53; ou baixo, 20%, n = 57) por 20 semanas. As dietas de teste foram controladas quanto à proteína e foram ajustadas para manter a perda de peso dentro de uma faixa de 2 kg. Para testar a modificação de efeito prevista pelo Modelo Carboidrato2-Insulina5, a amostra foi dividida em terços da secreção de insulina5 (concentração de insulina5 30 minutos após a glicose6 oral) pré-perda de peso.
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O desfecho primário foi o gasto energético total, medido com água duplamente marcada, por análise de intenção de tratar. A análise por protocolo incluiu participantes que mantiveram a perda de peso desejada, potencialmente fornecendo uma estimativa de efeito mais precisa. Os desfechos secundários foram o gasto energético de repouso, as medidas de atividade física e os níveis dos hormônios metabólicos leptina9 e grelina.
O gasto energético total diferiu pela dieta na análise de intenção de tratar (n = 162, P = 0,002), com uma tendência linear de 52 kcal/d (intervalo de confiança de 95% de 23 a 82) para cada 10% de redução na contribuição de carboidratos para ingestão total de energia (1 kcal = 4,18 kJ = 0,00418 MJ).
A mudança no gasto energético total foi de 91 kcal/d (intervalo de confiança de 95% −29 a 210) a mais nos participantes atribuídos à dieta moderada de carboidratos e 209 kcal/d (91 a 326) a mais naqueles designados para a dieta baixa em carboidratos, em comparação com a dieta rica em carboidratos.
Na análise por protocolo (n = 120, P <0,001), as respectivas diferenças foram 131 kcal/d (−6 a 267) e 278 kcal/d (144 a 411). Entre os participantes no terço mais elevado de secreção de insulina5 pré-perda de peso, a diferença entre as dietas de baixo e alto teores de carboidratos foi de 308 kcal/d na análise de intenção de tratar e 478 kcal/d na análise por protocolo (P <0,004).
A grelina foi significativamente menor nos participantes designados para a dieta baixa em carboidratos em comparação com aqueles designados para a dieta rica em carboidratos (ambas as análises). A leptina9 também foi significativamente menor nos participantes designados para a dieta baixa em carboidratos (por protocolo).
Consistente com o Modelo Carboidrato2-Insulina5, a redução dos carboidratos na dieta aumentou o gasto de energia durante a manutenção da perda de peso. Este efeito metabólico pode melhorar o sucesso do tratamento da obesidade10, especialmente entre aqueles com alta secreção de insulina5.
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Fonte: The British Medical Journal, em 14 de novembro de 2018.