NEJM: relação entre medida da pressão arterial por M.A.P.A ou em consultório e mortalidade
Este estudo, publicado pelo The New England Journal of Medicine (NEJM), examinou as associações da pressão arterial1 aferida em consultório (pressão arterial1 clínica) e medida com a M.A.P.A (monitorização ambulatorial da pressão arterial1 de 24 horas) com a mortalidade2 por todas as causas e a mortalidade2 cardiovascular em uma grande coorte3 de pacientes na atenção primária à saúde4.
Leia sobre "Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial1 (MAPA)".
Médicos do Department of Preventive Medicine and Public Health, da Universidad Autónoma de Madrid/Instituto de Investigación Hospital Universitario La Paz (IdiPAZ) e do Centro de Investigación Biomédica en Red (CIBER) of Epidemiology and Public Health analisaram os dados de uma coorte3 espanhola, multicêntrica, que incluiu o registro de dados de 63.910 adultos, recrutados de 2004 a 2014, na Espanha.
Os dados de pressão arterial1 clínica e de pressão arterial1 ambulatorial de 24 horas foram examinados nas seguintes categorias:
- Hipertensão5 sustentada (pressão clínica elevada e pressão arterial1 ambulatorial de 24 horas elevada).
- Hipertensão5 de “avental branco” (pressão clínica elevada e pressão arterial1 ambulatorial de 24 horas normal).
- Hipertensão5 mascarada (pressão clínica normal e pressão arterial1 ambulatorial de 24 horas elevada).
- Normotensão (pressão clínica normal e pressão arterial1 ambulatorial de 24 horas normal).
As análises foram realizadas com modelos de regressão de Cox e ajustadas para pressão arterial1 clínica e ambulatorial de 24 horas e para fatores de confusão.
Durante acompanhamento médio de 4,7 anos, 3.808 pacientes morreram por qualquer causa e 1.295 destes morreram por causas cardiovasculares. Em um modelo que incluiu medições de 24 horas e medições clínicas, a pressão sistólica6 de 24 horas foi mais fortemente associada à mortalidade2 por todas as causas (razão de risco de 1,58 por 1 desvio padrão (DP) de pressão; intervalo de confiança [IC] de 95% de 1,56 a 1,60, após ajuste para pressão arterial1 clínica) do que a pressão sistólica6 da medição de consultório (razão de risco de 1,02; IC 95% de 1,00 a 1,04 após ajuste para pressão arterial1 de 24 horas).
Razões de risco correspondentes por aumento de 1 DP na pressão foram 1,55 (IC 95% de 1,53 a 1,57, após ajuste para pressões clínicas e diurnas) para pressão sistólica6 ambulatorial noturna e 1,54 (IC 95% de 1,52 para 1,56, após ajuste para clínica e pressões sanguíneas noturnas) para pressão sistólica6 ambulatorial diurna.
Essas relações foram consistentes entre subgrupos de idade, sexo e status em relação à obesidade7, diabetes8, doença cardiovascular e tratamento anti-hipertensivo. Hipertensão5 mascarada foi mais fortemente associada à mortalidade2 por todas as causas (razão de risco de 2,83; IC 95% de 2,12 a 3,79) do que hipertensão5 sustentada (razão de risco de 1,80; IC 95%, 1,41 a 2,31) ou hipertensão5 do avental branco (razão de risco de 1,79; IC 95% de 1,38 a 2,32). Os resultados para mortalidade2 cardiovascular foram semelhantes aos da mortalidade2 por todas as causas.
Concluiu-se que as medidas ambulatoriais de pressão arterial1 (M.A.P.A) foram um forte preditor de mortalidade2 por todas as causas e por causas cardiovasculares, mais do que as medições de pressão arterial1 em consultório. A hipertensão5 do avental branco não foi benigna e a hipertensão5 mascarada foi associada a um maior risco de morte do que a hipertensão5 sustentada. O estudo foi financiado pela Sociedade Espanhola de Hipertensão5 dentre outros financiadores.
Veja também sobre "Hipertensão arterial9", "Dieta que reduz a pressão arterial1", Crises hipertensivas" e "Novas diretrizes de hipertensão arterial9 com mudanças na classificação".
Fonte: The New England Journal of Medicine, em 19 de abril de 2018