Novo estudo sugere que a suplementação de cálcio pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares em mulheres na pós-menopausa
Novo estudo de pesquisadores da Nova Zelândia sugere que a suplementação1 de cálcio pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares em mulheres idosas na pós-menopausa2. Estes resultados são, de certa forma, inesperados, pois estudos prévios demonstraram que o cálcio melhora os níveis de colesterol3 no sangue4, protegendo contra doenças cardiovasculares5.
O Dr. Mark J. Bolland e colaboradores publicaram a pesquisa no BMJ online de 15 de janeiro de 2008. É um estudo com resultados não-definitivos, mas que provoca o raciocínio e torna necessária uma investigação maior sobre o assunto. Ainda é cedo para tomar decisões clínicas de tratamento com base nesta análise, pois pesquisas mais rigorosas são necessárias antes que se firmem conclusões sobre o assunto.
Foram randomizadas 1471 mulheres na pós-menopausa2 (idade média de 74 anos) em uso de suplementação1 de cálcio (1 grama6/dia de citrato de cálcio) ou placebo7. Além da densidade óssea, pesquisou-se os eventos cardiovasculares ao longo de mais de cinco anos: morte, infarto8 do miocárido, angina9, outras causas de dores no peito10, acidente vascular cerebral11 e ataque isquêmico12 transitório.
O infarto do miocárdio13 foi mais freqüente no grupo que recebeu cálcio quando comparado ao que recebeu placebo7 (45 eventos em 31 mulheres versus 19 eventos em 14 mulheres, p=0,01).
A equipe da Nova Zelândia não estudou os níveis séricos de vitamina14 D. Apenas excluiu aquelas mulheres com deficiência severa de vitamina14 D.
A idade das participantes pode ter influenciado os resultados do estudo, mas não é o que mostram três outros estudos conduzidos no Reino Unido, Estados Unidos e Austrtália, os quais acharam uma tendência aumentada de ocorrência de ataques cardíacos em pessoas que usaram suplementação1 de cálcio. Outra avaliação é que a alta dose de cálcio usada acelere o processo de calcificação15 arterial, principalmente em pessoas com doenças cardíacas pré-existentes.
O estudo também mostrou que a suplementação1 com cálcio retarda substancialmente a perda óssea e concluiu que o uso de menos de 500 mg/dia de citrato de cálcio não traz os benefícios ósseos esperados, embora seja uma dose mais segura em relação a efeitos colaterais16 potenciais.
Fonte: BMJ