Ingestão precoce e regular de ovo evita mesmo a alergia ao ovo em crianças?
A idade ideal para introduzir ovo1 na dieta infantil tem sido debatida durante as últimas duas décadas no contexto do aumento das taxas de alergia2 ao ovo1. Com o objetivo de determinar se o consumo regular de proteína do ovo1, a partir de 4-6 meses de idade, reduz o risco de alergia2 ao ovo1 mediada por IgE, em lactentes3 com risco hereditário, mas sem eczema4, foi realizado um estudo publicado pelo The Journal of Allergy and Clinical Immunology.
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Lactentes3 com idade entre 4 a 6 meses foram alocados aleatoriamente para receber ovo1 integral cru pasteurizado diariamente (n=407) ou um pó de arroz da mesma cor do pó do ovo1 (n=413) até 10 meses de idade. Todos as crianças seguiram uma dieta livre de ovo1 e o ovo1 cozido foi introduzido para ambos os grupos aos 10 meses. O desfecho primário foi a alergia2 ao ovo1 mediada por IgE definida pela sensibilização positiva ao ovo1 cru pasteurizado e pela sensibilização ao ovo1 aos 12 meses de idade.
Não houve diferenças entre os grupos no percentual de crianças com alergia2 ao ovo1 mediada por IgE (ovo1 7,0% vs controle 10,3%; risco relativo ajustado 0,75; IC 95% 0,48-1,17; P=0,20). Uma proporção maior de participantes no grupo do ovo1 parou de tomar o pó do estudo devido a uma reação alérgica5 confirmada (25/407, 6,1% em relação a 6/413, 1,5%). Os níveis de IgG4 específica do ovo1 eram substancialmente mais altos no grupo do ovo1 aos 12 meses (mediana de 1,22 mgA/L vs controle 0,07 mgA/L; P<0,0001).
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Concluiu-se que não foi encontrada nenhuma evidência de que a ingestão regular de ovos a partir de 4-6 meses de idade altere substancialmente o risco de alergia2 ao ovo1 com um ano de idade, em crianças que estão em risco hereditário de doença alérgica e não tinham apresentado sintomas6 de eczema4 no início do estudo.
Fonte: The Journal of Allergy and Clinical Immunology, publicação online, de 21 de agosto de 2016