Associação entre índice de massa corporal materno pré-gestacional, concentrações de folato no plasma e saúde metabólica infantil
A obesidade1 pré-gestacional materna e as baixas concentrações de folato já foram ligadas ao sobrepeso2 ou à obesidade1 na criança, mas em estudos separados. No entanto, o papel das concentrações de folato materno, isoladamente ou em combinação com o sobrepeso2 ou a obesidade1 materna, e suas consequências na saúde3 metabólica da criança não tinha sido avaliado em uma coorte4 de nascimentos prospectiva até o momento.
Este estudo de coorte5 prospectivo6 foi conduzido no centro médico de Boston, Massachusetts. Ele incluiu 1517 pares mãe-criança recrutados no momento do nascimento (1998-2012) e seguidos prospectivamente até os nove anos (2003-2014). Sobrepeso2 e obesidade1 infantis foram definidos pelo índice de massa corporal7 infantil, de acordo com os dados de referência dos EUA, definidos como um índice de massa corporal7 no percentil 85 ou superior, para idade e sexo, e alteração de biomarcadores metabólicos (leptina8, insulina9 e adiponectina).
A idade média foi de 28,6 anos para as mães e 6,2 anos para as crianças. Uma associação em forma de L entre as concentrações de folato materno e sobrepeso2 e obesidade1 infantis (SOIs) foi observada: o risco de SOI foi maior entre aqueles no quartil mais baixo (Q1), em comparação com aqueles entre Q2 e Q4. O maior risco para SOI foi encontrado entre os filhos de mães obesas com baixas concentrações de folato em comparação com filhos de mães com peso normal com concentrações de folato entre os quartis Q2 e Q4 após a contabilização de covariáveis múltiplas. Entre as crianças de mães obesas, o risco de SOI foi associado a uma redução de 43% se suas mães tinham concentrações de folato entre os quartis Q2 e Q4 em comparação com aquelas no Q1. Padrões semelhantes foram observados para biomarcadores metabólicos nas crianças.
Concluiu-se que nesta coorte4 de nascimento, de baixa renda e urbana, demonstrou-se uma associação em forma de L entre as concentrações de folato no plasma10 materno e SOIs e também o benefício do folato em concentrações normais, especialmente entre mães obesas. Os resultados sublinham a necessidade de se estabelecer concentrações ideais, em vez de uma concentração mínima de folato, para prevenir resultados metabólicos adversos nos descendentes.
O uso de ácido fólico por gestantes também evita defeitos no tubo neural11 em bebês12.
Fonte: JAMA Pediatrics, publicação online, em 13 de junho de 2016