Suplementação nutricional no pré-natal pode influenciar os transtornos do espectro autista na prole, estudo sueco publicado pelo BMJ
Neste estudo de coorte1 prospectivo2, com regressão logística multivariável, controle de irmãos e correspondência de propensão, realizado em Estocolmo, na Suécia, participaram 273.107 pares mãe-filho identificados através de registros populacionais. A amostra do estudo foi restrita a crianças de 4 a 15 anos no final do seguimento, em 31 de dezembro de 2011, nascidos entre 1996 e 2007. O estudo foi publicado pelo BMJ.
O uso de suplementos multivitamínicos de ferro e ácido fólico foi relatado na primeira visita pré-natal. A medida principal de resultado foi o diagnóstico3 de transtorno do espectro autista (TEA), com e sem deficiência intelectual em crianças, determinada a partir de dados de cadastro até 31 de dezembro de 2011.
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A prevalência5 de TEA com deficiência intelectual foi de 0,26% (158 casos em 61.934) no grupo em que as grávidas usaram o multivitamínico e 0,48% (430 casos em 90.480) no grupo em que as gestantes não usaram suplementação6 nutricional. O uso de multivitamínico materno com ou sem ferro ou ácido fólico adicional, ou ambos, foi associado a menores probabilidades de TEA com deficiência intelectual na criança em comparação com mães que não usaram multivitaminas, ferro e ácido fólico (odds ratio 0,69, intervalo de confiança de 95% 0,57 a 0,84).
Estimativas similares foram encontradas no índice de propensão combinado (0,68; 0,54 a 0,86) e controle de irmãos (0,77; 0,52 a 1,15), mas o intervalo de confiança para a última associação incluiu 1,0 e, portanto, não foi estatisticamente significativo. Não houve evidência consistente de que o uso de ferro ou ácido fólico fosse inversamente associado à prevalência5 de TEA.
Concluiu-se com este trabalho que a suplementação6 multivitamínica materna durante a gravidez7 pode ser inversamente associada com TEA com deficiência intelectual na prole. É recomendado um maior exame nutricional materno e seu papel como causa do autismo.
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Fonte: BMJ, de 4 de outubro de 2017