Causas mundiais de morte materna: uma análise sistemática da OMS
Em revisão sistemática da Organização Mundial de Saúde1 (OMS) foram analisadas as estimativas globais, regionais e sub-regionais das causas de morte materna, durante 2003 a 2009, através de um modelo novo de avaliação. Estes dados são necessários para informar e melhorar as políticas de saúde1 materna.
Foram pesquisados os bancos de dados bibliográficos especializados e gerais para artigos publicados entre 1° de janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2012, para os dados da pesquisa, sem restrições de linguagem, e o banco de dados de mortalidade2 da OMS para dados cadastrais vitais. Com base nos critérios de inclusão pré-estabelecidos, foram analisadas as causas de morte materna por conjuntos de dados.
Foram identificados 23 estudos elegíveis e incluídos 417 conjuntos de dados de 115 países, compreendendo 60.799 mortes na análise. Cerca de 73% (1.771.000 de 2.443.000) de todas as mortes maternas, entre 2003 e 2009, foram devidas a causas obstétricas diretas e óbitos por causas indiretas representaram 27,5% (672.000, IC 95% 19,7-37,5) de todas as mortes. As hemorragias3 representaram 27,1% (661.000, 19,9-36,2), os distúrbios hipertensivos 14,0% (343.000, 11,1-17,4) e a sepse4 10,7% (261.000, 5,9-18,6) das mortes maternas. O restante das mortes foi devido ao aborto (7,9% [193.000], 4,7-13,2), embolia5 (3,2% [78.000], 1,8-5,5) e todas as outras causas diretas de morte (9,6% [235.000], 6,5-14,3). As estimativas regionais variaram substancialmente.
Entre 2003 e 2009, hemorragia6, distúrbios hipertensivos e sepse4 foram responsáveis por mais da metade das mortes maternas em todo o mundo. Mais de um quarto das mortes foi atribuído a causas indiretas. Essas análises devem informar a prioridade das políticas de saúde1, programas e financiamento para reduzir a mortalidade2 materna em níveis regional e global. São necessários esforços suplementares para melhorar a disponibilidade e a qualidade dos dados relacionados à mortalidade2 materna.
Fonte: The Lancet Global Health, volume 2, número 6, de junho de 2014