Cada aumento de 10 mmHg na pressão arterial sistólica noturna aumenta em 25% o risco de eventos cardiovasculares, meta-análise divulgada na reunião científica da American Society of Hypertension
A hipertensão arterial1 noturna, e não a diurna ou a medida em consultórios médicos, pode prever risco de infarto do miocárdio2 e derrame3, segundo meta-análise apresentada na American Society of Hypertension (ASH) 2014 Annual Scientific Meeting and Exposition.
Uma grande análise de mais de 13.000 pacientes revelou que a pressão arterial4 medida em clínicas médicas não teve associação com o risco de desfechos cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral5 e infarto6. Em contraste, a pressão arterial4 noturna foi associada a um risco de resultados clínicos adversos.
Para cada aumento de 10 mmHg na pressão arterial sistólica7 noturna, o risco de desfechos cardiovasculares foi aumentado em 25%, segundo alertam os pesquisadores.
A análise incluiu nove coortes da Europa, Brasil e Japão, de pacientes que tinham realizado a monitorização ambulatorial da pressão arterial4 (MAPA) durante 24 horas. Com esses dados, os pesquisadores foram capazes de identificar informações específicas dos níveis de pressão arterial4, durante o dia e durante a noite, de 13.843 pacientes incluídos na meta-análise. Os pacientes foram acompanhados por um período mínimo de um ano e as medições clínicas da pressão arterial4 também estavam disponíveis para todos os pacientes.
Todas as três medidas (diurnas, noturnas e feitas em consultório) foram colocadas no mesmo modelo estatístico para análise. Individualmente, cada aumento de 10 mmHg verificado nas avaliações realizadas na pressão arterial4 durante a noite, durante o dia e nos consultórios médicos foi associado a um aumento de 25%, 20% e 11%, respectivamente, no risco de infarto do miocárdio2 e de acidente vascular cerebral5. No entanto, após o ajuste para múltiplas variáveis de confusão, como idade, sexo, diabetes8, tabagismo e tratamento de toxicodependência, entre outros, apenas a medição da pressão arterial4 noturna foi preditiva de infarto6 e derrame3.
Atualmente existem ensaios clínicos9 sendo realizados para tentar responder se o tratamento da hipertensão arterial1 noturna reduz o risco de eventos cardiovasculares, quando comparado ao tratamento feito para a hipertensão arterial1 diurna ou medida durante as consultas médicas, mas esta resposta ainda é desconhecida.