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Suplementação com vitamina D3 não reduz a incidência ou a gravidade de IVAS em adultos saudáveis, em artigo publicado pelo JAMA

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Estudos observacionais demonstraram uma associação inversa entre os níveis séricos de 25-hidroxivitamina D (25-OHD) e incidência1 de infecções2 do trato respiratório superior (IVAS). No entanto, os resultados de ensaios clínicos3 de suplementação4 com vitamina5 D foram inconclusivos.

Para determinar o efeito da suplementação4 de vitamina5 D sobre a incidência1 e a severidade de IVAS em adultos saudáveis, foi realizado um estudo randomizado6, duplo-cego, controlado por placebo7, com a participação de 322 adultos saudáveis entre fevereiro de 2010 e novembro de 2011, em Christchurch, na Nova Zelândia. O trabalho foi publicado no The Journal of the American Medical Association (JAMA).

Os participantes foram distribuídos aleatoriamente para receber uma dose inicial de 200.000 UI de vitamina5 D3 por via oral, em seguida, 200.000 UI no mês seguinte e depois 100.000 UI mensalmente (n = 161), ou placebo7 administrado em um regime de dose semelhante (n = 161), durante um total de 18 meses.

O resultado principal mediu o número de episódios de IVAS. Os desfechos secundários foram a duração e a gravidade dos episódios de IVAS e o número de dias de trabalho perdidos devido aos episódios de IVAS.

O nível basal médio de 25-OHD dos participantes foi de 29 ng/mL. A suplementação4 com vitamina5 D resultou em um aumento dos níveis da 25-OHD no soro8, mantidos maiores do que 48 ng/mL ao longo do estudo. Houve 593 episódios de IVAS no grupo da vitamina5 D e 611 no grupo do placebo7, sem diferenças estatisticamente significativas no número de IVAS por participante (média de 3,7 por pessoa no grupo de vitamina5 D e de 3,8 por pessoa no grupo placebo7), no número de dias de trabalho perdidos como resultado de IVAS (média de 0,76 dias em cada grupo), na duração dos sintomas9 por episódio (média de 12 dias em cada grupo) ou na gravidade dos episódios de IVAS.

Concluiu-se que, neste ensaio clínico, a administração mensal de 100.000 UI de vitamina5 D3 não reduziu a incidência1 ou a gravidade de IVAS em adultos saudáveis predominantemente europeus, com níveis normais de vitamina5 D. Mais pesquisas são necessárias para esclarecer se há benefício da suplementação4 em outras populações e com outros regimes de dose.

Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 308, número 13, de 3 de outubro de 2012

 

NEWS.MED.BR, 2012. Suplementação com vitamina D3 não reduz a incidência ou a gravidade de IVAS em adultos saudáveis, em artigo publicado pelo JAMA. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/321580/suplementacao-com-vitamina-d3-nao-reduz-a-incidencia-ou-a-gravidade-de-ivas-em-adultos-saudaveis-em-artigo-publicado-pelo-jama.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.

Complementos

1 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
2 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
3 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
4 Suplementação: Que serve de suplemento para suprir o que falta, que completa ou amplia.
5 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
6 Estudo randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle - o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
7 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
8 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
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