BMJ: uso de benzodiazepínicos foi associado ao aumento do risco de demência
Estudo populacional prospectivo1 avaliou a associação entre o uso de benzodiazepínicos e os casos incidentes2 de demência3. A pesquisa é conhecida como PAQUID, foi realizada na França e publicada pelo British Medical Journal (BMJ).
O estudo contou com a participação de 1.063 homens e mulheres (idade média de 78,2 anos) que estavam livres de demência3 e não começaram a tomar benzodiazepínicos pelo menos até o terceiro ano de acompanhamento. O resultado principal foram os casos incidentes2 de demência3, confirmados por um neurologista4.
Durante 15 anos de acompanhamento, 253 novos casos de demência3 foram confirmados. O novo uso de benzodiazepínicos foi associado com um risco aumentado de demência3. Análise de sensibilidade considerando a existência de sintomas5 depressivos mostrou uma associação semelhante. Uma análise secundária reunindo participantes que iniciaram o uso de benzodiazepínicos durante o acompanhamento avaliou a associação com demência3 incidente6. A taxa de risco de novos usuários de benzodiazepínicos foi de 1,46 (1,10-1,94). Os resultados de um estudo complementar caso-controle mostraram que a utilização de benzodiazepínicos foi associada a um aumento de aproximadamente 50% no risco de demência3 em comparação com pessoas que não utilizavam a medicação. Os resultados foram semelhantes nos antigos usuários e nos usuários recentes, mas alcançou significância apenas nos do segundo grupo.
Concluiu-se que, neste estudo populacional, o novo uso de benzodiazepínicos foi associado ao aumento do risco de demência3. O resultado foi robusto em análise de dados agregados em todas as coortes de novos usuários de benzodiazepínicos durante toda a pesquisa e em um estudo de caso-controle complementar. Considerando o número de prescrições de benzodiazepínicos e os potenciais efeitos adversos desta classe de drogas, na população em geral, o uso indiscriminado destes medicamentos deve merecer maior atenção em condutas médicas.